Entidades da região centro unem-se na promoção de uma agricultura mais sustentável
Autarquia de Idanha-a-Nova e Food4Sustainability estão a desenvolver projetos piloto para mostrar a importância de alimentos produzidos de forma amiga do ambiente.
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A Câmara Idanha-a-Nova e a Food4Sustainability - Associação para a Inovação do Alimento Sustentável querem transformar o setor alimentar através de uma mudança de paradigma, assente na circularidade e na sustentabilidade. As duas entidades estão a desenvolver investigação na área envolvendo empresas, associações, o sistema científico e tecnológico nacional e instituições de ensino superior, no âmbito do Pacto Institucional para a Valorização da Economia Circular na Região Centro, dinamizado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro.
Gonçalo Amorim, da Food4Sustainability, explica que a intenção é mudar o setor para que haja "alimentos com menos pegada carbónica e que sejam mais sustentáveis do ponto de vista ambiental". A mudança vai ter de ter em conta "a produção, a transformação e cadeias de distribuição curtas, com menos impacto na agricultura".
A colaboração entre as várias entidades vai ter "uma grande intervenção" junto dos agricultores, porque, sublinha o responsável, "mais do que falar sobre os temas, queremos demonstrar" os impactos positivos de uma agricultura mais sustentável. Para isso, vão ser feitos projetos-piloto que vão avaliar a qualidade dos alimentos e dos solos quando se recorre a uma produção amiga do ambiente. Os resultados vão ser depois partilhados com os agricultores, através da sensibilização e educação ambiental.
"Esta agricultura não convencional não é necessariamente mais cara do que a convencional", destaca Gonçalo Amorim, já que "a convencional precisa de grandes quantidades de produção para ser uma exploração viável". A agricultura "biológica, natural, pode ser economicamente viável em quantidades ou explorações mais pequenas, desde logo porque não utiliza tantos fitoquímicos na cultura do alimento", esclarece.
A educação ambiental é também uma das apostas da Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha e do Instituto Politécnico de Viseu (IPV). A autarquia vai introduzir o tema da economia circular nos projetos de 2019/2020 no âmbito do empreendedorismo escolar. As escolas vão organizar um concurso de ideias de negócio e uma mostra de empreendedorismo júnior, iniciativas que pretendem cativar e sensibilizar o público mais jovem. Já a instituição de ensino superior tem o projeto Mark"it, direcionado aos estudantes, onde estes podem desenvolver ideias que contribuam para um futuro sustentável. A iniciativa do IPV salienta a importância de reconverter as empresas que operam na lógica linear, ao mesmo tempo que estimula o aparecimento de novas empresas circulares.
O pacto com a CCDR do Centro conta ainda com o compromisso da CELPA - Associação da Indústria Papeleira. A entidade está a delinear uma estratégia de divulgação e comunicação sobre as boas práticas da economia circular na indústria da pasta, do papel e do cartão. A iniciativa é feita em parceria com atores regionais através da dinamização de várias sessões temáticas. Mais uma vez, o público juvenil surge em destaque, com sessões a decorrerem em articulação com estabelecimentos de ensino básico, numa lógica de responsabilidade social e ambiental.