Críticas de Jerónimo de Sousa e de João Ferreira centraram-se nos direitos dos trabalhadores.
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O secretário-geral do PCP e o cabeça de lista da CDU renovaram hoje as críticas à convergência de PS, PSD e CDS-PP contra os direitos dos trabalhadores e receberam o apoio de 1.751 sindicalistas.
Numa sessão pública da campanha europeia, num hotel lisboeta, Jerónimo de Sousa e João Ferreira discursaram a seguir ao secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, também membro do comité central comunista, que apelou ao voto na CDU nas eleições de 26 de maio.
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Simbolicamente, foram entregues ao candidato da CDU às eleições europeias 1.751 postais com uma mensagem de reconhecimento do trabalho desenvolvido e confiança para o próximo mandato em Estrasburgo.
Cada um dos postais estava assinado por dirigentes sindicais ou membros de organizações representativas de trabalhadores.
O líder comunista sublinhou o "negativo impacto da sistemática ofensiva que, desde início do século XXI, foi desencadeada por todos os governos de PS e PSD/CDS sem exceção", "governos de política de direita que, indistintamente, assumiram, pacote atrás de pacote de medidas, a concretização da vulgata neoliberal para impor o reino da flexibilidade, um mundo de precariedade e arbítrio, o nivelamento por baixo dos direitos sociais e condições laborais".
"É altura de lembrar que estas iniciativas foram recusadas com o voto convergente de PS, PSD e CDS na Assembleia da República. A opção do PS de se unir na votação ao PSD e CDS, e estes ao PS, no chumbo das iniciativas do PCP e da CDU, confirma a sua convergência em questões estruturantes da política de direita e seus compromissos com os interesses do grande capital", recordou Jerónimo de Sousa sobre as propostas comunistas para revogação de normas da legislação laboral.
Segundo o secretário-geral do PCP, aquela "convergência atesta os fortes laços de classe que unem PS, PSD e CDS quando se trata de optar pelos interesses do capital", confirmando que "querem consolidar o retrocesso imposto aos trabalhadores portugueses", "tal como confirma os limites do Governo do PS e da sua política em matéria de valorização do trabalho e dos trabalhadores".
O eurodeputado e recandidato da CDU, João Ferreira, centrou-se mais na União Europeia (UE), "enquanto processo de integração capitalista", com "evidente conteúdo de classe".
"Os seus propagandistas [da UE] de ontem e de hoje espalharam ilusões e mentiras como aquela ideia de que os trabalhadores portugueses - com a CEE, com o euro - passariam a ter salários iguais aos dos países mais desenvolvidos da Europa, promessas desmentidas sem apelo nem agravo pela realidade", afirmou.
O candidato da CDU lamentou a "apresentação de siglas e programas - da Europa social à flexissegurança, do pilar dos direitos sociais até ao agora proclamado novo contrato social para a Europa".
"Mas, ao longo de mais de três décadas, aquilo que veio da UE, das suas políticas, orientações e imposições, foi o ataque a direitos e salários e o agravamento da exploração. O programa da 'troika', esse autêntico pacto de agressão contra os interesses dos trabalhadores, do povo e do país, subscrito por PS, PSD e CDS com a UE e o FMI, mostrou bem até que ponto podem ir", disse.