Ajudem até "aquela tia mais idosa" a ir votar. Cristas apela à mobilização
Assunção Cristas fez um forte apelo à mobilização para contrariar a abstenção e enumerou várias propostas do CDS para a Europa, defendendo que só com a ajuda de todos será possível levar essas ideias para Bruxelas.
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A líder do CDS-PP fez hoje o seu primeiro discurso da campanha sem críticas ao PS, explicou propostas do partido e pediu aos militantes que ajudem amigos, vizinhos ou "aquela tia mais idosa" a votar no domingo.
Num discurso a algumas centenas de militantes e apoiantes, num restaurante em Crestuma, Gaia, distrito do Porto, Assunção Cristas fez o elogio à presença do ex-deputado e mandatário do partido nas europeias António Lobo Xavier, avisou que não ia criticar o Governo e deixou para o fim o apelo contra a abstenção, à mobilização dos militantes até domingo, dia de eleições.
A presidente centrista afirmou ainda que a abstenção, à esquerda, nas esquerdas radicais, tende a não ser um problema" e deixou a pergunta - "porque é que neste lado não nos mobilizamos?" -- para dar a resposta logo a seguir.
"Precisamos da ajuda de todos. Peço a todos e a cada um de vós que no domingo não vá apenas votar. Telefone à família, aos amigos, vizinho do lado, à ofereça-se para levar as pessoas a votar, aquela tia mais idosa", afirmou.
Apesar do tom menos crítico, Cristas afirmou que, nesta campanha, para as europeias, e a quatro meses das legislativas, é preciso "lembrar quem levou o país à bancarrota", o PS, "e quem tirou o país da bancarrota", o governo PSD/CDS-PP.
E foi das raras frases contra os socialistas, dado que o resto do tempo do discurso foi para explicar várias propostas dos centristas, tanto nas europeias como para as eleições legislativas de 06 de outubro.
A presidente do CDS-PP defendeu uma baixa do IRC para 17%, "acelerar a aplicação de fundos comunitários, desengavetar as cativações de Mário Centeno", ministro das Finanças, ou ainda o programa Erasmus para jovens agricultores portugueses, que o CDS quer propor em Estrasburgo.
Antes de tudo, agradeceu a presença do ex-líder parlamentar do CDS António Lobo Xavier, mandatário nacional da candidatura europeia de Nuno Melo -- "um sinal vivo de como estamos unidos, estamos fortes".
Já o próprio cabeça de lista do CDS, Nuno Melo, pediu uma desforra do que aconteceu em 2015, sublinhando que "não é justo" que quem prejudicou tanto o país ganhe estas eleições.
"A austeridade e a troika somos nós, que lhe pagamos as contas? A austeridade e a troika somos nós, que tivemos de tapar o buraco? A austeridade e a troika somos nós, que num Governo aplicamos um programa de austeridade que não era nosso mas que teria de ser aplicado por qualquer Governo que se seguisse ao engenheiro Sócrates? A austeridade não somos nós. Há uma grande diferença: eles, de facto, são a troika e nós livrámos Portugal dela. Hoje, em 2019, temos de pedir uma desforra do que sucedeu em 2015, quando vencemos eleições mas não governamos", defendeu Nuno Melo.