"Portugal precisa de fazer escolhas." CDU apresenta lista para as Europeias
Jerónimo de Sousa deixou claras as intenções com que os comunistas, em conjunto com "Os Verdes", se candidatam ao Parlamento Europeu.
Corpo do artigo
O secretário-geral comunista declarou esta quinta-feira que "Portugal precisa de fazer escolhas" num ano em que todas as eleições "somam" para o reforço da Coligação Democrática Unitária (CDU), que junta comunistas e "Os Verdes".
Jerónimo de Sousa discursava na cerimónia de apresentação da candidatura ao Parlamento Europeu, encabeçada por João Ferreira, sob o lema "(andar para trás não) Avançar É Preciso - direitos, desenvolvimento, soberania", num muito concorrido cineteatro Capitólio, em Lisboa.
"Estas eleições para o Parlamento Europeu são a primeira de três eleições que se realizarão neste ano de 2019, onde todas somam e tudo pode somar positivamente com o reforço da CDU para dar força à construção do caminho alternativo que o país precisa para dar resposta aos muitos dos seus problemas que continuam adiados", disse.
TSF\audio\2019\01\noticias\17\antonio_pinto_rodrigues_cdu_joao_ferreira_21h
Para o líder do PCP, "todas somam com mais CDU para dar novos passos na alteração da correlação de forças na sociedade portuguesa e dar força à exigência de uma Europa a favor dos trabalhadores e dos povos" e "todas somam para dar força à concretização de novos avanços nas condições de vida dos trabalhadores e no desenvolvimento soberano do país".
"Sim, quantos mais votos e mais deputados eleitos pela CDU nas eleições de 2019, mais força à luta pela concretização de uma política alternativa em Portugal - a política patriótica e esquerda pela qual lutamos e Portugal precisa".
Segundo Jerónimo de Sousa, "não se foi mais longe, porque permanecem fortes constrangimentos e paralisantes contradições que impedem a resposta aos problemas".
"Contradições inerentes às opções do PS e do seu Governo minoritário, de submissão ao grande capital, à União Europeia e aos critérios constrangedores do euro, reforçadas por uma crescente convergência com PSD e CDS para garantir o essencial da política de direita em matérias e áreas nucleares da ação governativa", lamentou.
O secretário-geral comunista defendeu que "não se foi mais longe porque a CDU não tem ainda a força que é necessária para dar concretização a uma política alternativa".
"Portugal podia avançar mais e pode avançar mais com o reforço da CDU. Portugal precisa de fazer escolhas. Portugal não pode continuar a adiar a resposta aos seus problemas e à espera de ilusórias soluções para o seu desenvolvimento ditadas do exterior, como sempre fizeram sucessivos governos do PS, PSD e CDS. Soluções que nunca chegam, nem chegarão. Ilusão que o PS e o seu Governo continuam a alimentar com a infundada justificação de que é possível resolver os problemas mantendo intocável o atual quadro de constrangimentos do euro e as atuais políticas e orientações da UE", disse.
Sobre o cabeça de lista, Jerónimo de Sousa afirmou que, "pelas provas dadas, pela reconhecida experiência e capacidade demonstradas, pela dedicação e entrega ao trabalho e à causa da defesa dos interesses do nosso povo e país e da solidariedade entre os povos e sua luta, João Ferreira é a escolha que dá as maiores garantias de travar, juntamente com as forças que compõem a CDU e os outros candidatos, esta importante batalha eleitoral".
A dirigente de "Os Verdes" Heloísa Apolónia sublinhou que a UE está "notoriamente divorciada dos cidadãos", exemplificando com os diversos referendos passados e a atual problemática e "chantagens" do 'Brexit', e acrescentou que João Ferreira "é uma pessoa muito bem preparada, conhecedora da realidade, inconformada com as injustiças, interventiva e determinada nas soluções, coerente nas posições".
"É de vozes assim que o Parlamento Europeu precisa avidamente para benefício das populações", disse.