Pela primeira vez nesta campanha, o Bloco de Esquerda pede votos para três deputados em Bruxelas. Catarina Martins diz que só merece quem cumpre e que o Bloco cumpriu sempre.
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Num "momento difícil" e em que a União Europeia está dividida, a cabeça de lista do BE às europeias, Marisa Matias, defendeu hoje um "projeto da união", que vai a votos no domingo, baseado no respeito, dignidade e justiça.
Cerca de 400 pessoas juntaram-se hoje, na Alfândega do Porto, para um jantar-comício do BE no penúltimo dia de campanha para as europeias, uma corrida eleitoral que Marisa Matias garantiu que não "foi de silêncios" e que o objetivo foi ouvir, porque "as pessoas querem ser ouvidas, não querem ser ouvintes".
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A primeira candidata do BE ao Parlamento Europeu focou o discurso na União Europeia, que "está num momento difícil" porque está muito dividida, por exemplo, pelas "regras que servem o sistema financeiro, mas que não protegem os pensionistas".
"Quem está a construir a União Europeia está a querer dividir-nos. O nosso projeto é, por isso, o projeto da união e é no domingo que a união vai a votos", avisou.
Este projeto, prosseguiu Marisa Matias, "é o respeito, é a dignidade, é a justiça", o que se consegue com "pleno emprego e o fim da pobreza".
"O que nos une é o que construímos em conjunto para nos protegermos uns aos outros", explicou, dando o exemplo do Serviço Nacional de Saúde, escola pública ou o estado social.
E acrescentou: "O cimento deste projeto é também o planeta, o lugar onde habitamos".
"Se a cada dia nos tentam dividir, nós dizemos que o nosso projeto é a união, de quem luta, de quem trabalha, que não se cansa, de quem sabe que a Europa pode ser um lugar diferente. É esta a união que queremos para a união", disse.
"Só merece crescer quem cumpre"
A coordenadora bloquista, Catarina Martins, defendeu hoje que "só merece crescer quem cumpre", garantindo que o partido cumpriu todos compromissos quer em Portugal quer em Bruxelas e, por isso, "no domingo o voto é no Bloco de Esquerda".
No discurso do jantar-comício, Catarina Martins defendeu que a corrida eleitoral do partido está "a crescer", mas advertiu que "é o voto que conta e o voto é já domingo".
"Só merece crescer quem cumpre e sabem que o Bloco de Esquerda cumpre e é por isso que no domingo o voto é no Bloco de Esquerda, é na Marisa Matias, é no José Gusmão, é no Sérgio Aires, é em toda uma equipa que responde pelos compromissos, que esteve em todas as lutas", apelou, numa referência aos três primeiros nomes da lista do BE ao Parlamento Europeu.
Marisa Matias, segundo a líder do BE, "teve no seu mandato todo o compromisso com quem trabalha, para com a justiça, para com a igualdade, para com o futuro".
"E não há quem não saiba no país como a Marisa foi fiel a esse compromisso e não há quem não saiba como o Bloco de Esquerda cumpre a sua palavra, cumpre os seus compromissos", enalteceu.
Sem nunca referir o PS, o discurso da líder do BE lembrou o acordo de incidência parlamentar assinado em 2015 e a promessa feita pelos bloquistas de que fariam tudo para inverter a "política da humilhação".
"Esse milhão de pessoas que disseram que queriam mudar, permitiram mesmo a mudança no nosso país. O que é que é que fez o Bloco? Exatamente o que tinha dito que ia fazer: descongelar as pensões, acabar com os cortes inconstitucionais, descer os impostos sobre quem trabalha, acabar com as privatizações, aumentar o salário mínimo nacional", destacou.
Catarina Martins assegurou assim que o BE fez tudo o que prometeu e nunca se rendeu.
"Alguns teriam gostado que, por termos feito um acordo para parar o empobrecimento do país, nos tivéssemos acomodado ao estado de coisas", apontou, sabendo que "está tanto por fazer".