Gestão do doente com risco cardiovascular: Uma responsabilidade multidisciplinar
"Profissionais de saúde estão focados no mesmo objetivo" - Pedro Cunha, Hospital Senhora da Oliveira, Guimarães -
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Gerir doentes com risco cardiovascular é uma responsabilidade partilhada por diferentes especialidades médicas. Estes pacientes têm ao dispor equipas com diferentes profissionais que contribuem para diminuir o risco de desenvolvimento de eventos cardiovasculares, como enfarte ou AVC.
O coordenador de consultas de hipertensão e doenças renais do Centro de Hipertensão e Risco Cardiovascular do Hospital Senhora da Oliveira, em Guimarães, Pedro Cunha, exemplifica o funcionamento e a necessária interação entre profissionais de saúde. "As equipas multidisciplinares funcionam como um todo. Há sempre um médico responsável a nível hospitalar e um outro na equipa dos cuidados primários. O objetivo é garantir a melhor interação e coordenação entre todos porque os doentes devem sentir-se acompanhados. Eles precisam e desejam que todos os profissionais de saúde envolvidos no tratamento estejam focados e saibam o que se pretende atingir nas diferentes fases. É importante que os doentes não fiquem confundidos sobre como devem proceder para eles próprios ficarem mais motivados e contribuírem para a resolução dos problemas".
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Nestas equipas, a função do médico sobressai aos olhos menos atentos até porque se trata de quem estabelece, entre outras tarefas, a estratégia de diagnóstico e tratamento, mas o trabalho é conjunto e, neste caso, também é referenciada e muito valorizada a enfermagem. "O papel do enfermeiro é muito importante porque é quem faz a avaliação do paciente, quem o acompanha e orienta na execução de alguns dos tratamentos e exames. Mais recentemente, as equipas multidisciplinares passaram também a incluir o apoio de um nutricionista para gerir todas as questões relacionadas com a dieta", clarifica Pedro Cunha que faz questão de não esquecer a contribuição de farmacêuticos e psicólogos no acompanhamento dos doentes no processo terapêutico. "A psicologia reforça a capacidade e a vontade de cada doente em modificar a sua vida, ajuda a que tenham determinadas atitudes, de forma a não deixarem progredir os estados de doença o que, muitas das vezes, implica mudanças de comportamento". Quase sempre estas alterações não são fáceis de concretizar e, por essa razão, o papel dos psicólogos é imprescindível. No que no que diz respeito aos farmacêuticos é citado o desempenho de tarefas como o esclarecimento de dúvidas quanto à toma dos medicamentos e a ajuda para evitar a duplicação de medicação.
Neste depoimento do especialista do Hospital Senhora da Oliveira foi igualmente sublinhado a ajuda que a medicina digital pode representar na gestão do doente com risco cardiovascular alto, uma vez que a monitorização remota permite contacto mais frequente entre o profissional de saúde e o doente.
"Pela Sua Saúde Cardiovascular" é uma iniciativa TSF com o apoio da Servier Portugal.