Hipertensão arterial e dislipidemia: um mal raramente vem só

A hipertensão arterial e a dislipidemia, termo que designa o que vulgarmente conhecemos por colesterol alto, são dois fatores com grande impacto na saúde da população portuguesa. O diretor do Serviço de Cardiologia do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia afirma que atingem mais de metade dos portugueses.

Os dados da Direção-Geral da Saúde especificam que a percentagem de portugueses entre os 18 e os 79 anos com diagnóstico de dois ou mais fatores de risco para doença cardiovascular é de 55%. A hipertensão e a dislipidemia representam um perigo maior devido à falta de controlo que pode resultar em acidente vascular cerebral ou em enfarte agudo do miocárdio. Em muitos casos, as consequências podem ser graves ou mesmo fatais. Uma em cada 25 pessoas não sobrevive ao primeiro internamento motivado por insuficiência cardíaca. "A hipertensão e a dislipidemia estão muitas vezes relacionadas. É muito frequente os doentes terem, simultaneamente, os dois fatores de risco. Combinados, são provavelmente os que mais contribuem para o aparecimento de problemas graves relacionados com o coração", afirma o também professor na Faculdade de Medicina do Porto.

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Segundo Ricardo Carvalho, "em 80% dos casos é possível evitar estas doenças". No entanto, tratando-se de patologias silenciosas, ou seja, sem sintomas e sem dor, é crucial colocar em prática estratégias que passam pelo diagnóstico precoce, como os rastreios regulares. "As pessoas devem avaliar regularmente a pressão arterial, precisamente porque não é possível sentir quando ela está elevada e, por outro lado, também devem fazer uma avaliação regular dos valores do colesterol. Apenas com o diagnóstico precoce é possível evitar e prevenir os riscos".

Nas situações em que o doente já sofre de hipertensão arterial ou tem colesterol alto quase sempre é preciso recorrer a medicação apropriada. "É importante contactar o médico para fazer um tratamento adequado. Controlar bem a pressão arterial geralmente necessita de estratégias farmacológicas. Também é necessário controlar a dislipidemia que, em muitos casos, vai precisar de estratégias de intervenção no estilo de vida, mas também de tratamento a nível da medicação", alerta o especialista avisando que a terapêutica tem de ser tomada de modo regular e de acordo com as recomendações médica para conseguir controlar os níveis de hipertensão e dislipidemia. A opinião é partilhada pelos diversos profissionais de saúde que a TSF tem escutado no âmbito desta iniciativa. Abandonar o tratamento significa potenciar riscos e contribui para o surgimento de eventos cardiovasculares. Além da medicação, o diretor do Serviço de Cardiologia do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia alerta ainda para a importância da prática de um estilo de vida saudável com alimentação equilibrada e exercício físico.

"Pela Sua Saúde Cardiovascular" é uma iniciativa TSF com o apoio da Servier Portugal.