Marisa Matias ouviu quase mais do que falou. E o Bloco já sonha com três eurodeputados
Marisa Matias já tinha dito que gostaria que esta fosse uma campanha sobre temas europeus e um escrutínio aos deputados do Parlamento em Bruxelas e Estrasburgo - principalmente ao seu trabalho.
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Durante estas duas semanas, a candidata e cabeça de lista do Bloco fez mais de quatro mil quilómetros para falar e elucidar as pessoas sobre a Europa, a desagregação, o crescimento da extrema-direita, os migrantes e refugiados, o Estado Social, a fiscalidade na União, as off-shores e, principalmente, o clima.
A deputada do Bloco de Esquerda elegeu o clima como a sua principal causa e, no Algarve, garantiu que travaria a batalha de trazer o tema para o centro do debate politico - aqui, e na Europa.
Durante os quinze dias, Marisa não reagiu aos ataques e acusações que os adversários lhe foram fazendo - a ela, e ao partido.
Foi a feiras, mercados, fez arruadas e, em todos os lugares, disse sempre que, mais do que falar, estava ali para escutar as pessoas. Ouviu queixas de pensionistas, de ex-combatentes, de gente sem casa, ouviu de tudo. Marisa Matias ouviu sempre. Em Famalicão, na feira, chegou a ter uma fila de gente à espera para falar com ela.
Iniciou esta campanha a dizer que queria ter companhia em Bruxelas, e Catarina Martins, que esteve quase sempre ao lado da candidata na estrada, elevou a fasquia. Esta quinta-feira à noite, no Porto, a líder do partido pediu votos para eleger três deputados.
Já não falta muito para saber se o Bloco de Esquerda consegue chegar lá.