Medicina Geral e Familiar e Doente - Uma Equipa Para Vencer
"Os doentes não podem passar as responsabilidades para os médicos" - Rosa de Pinho, Presidente eleita da Sociedade Portuguesa de Hipertensão.
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A proximidade com os doentes e o conhecimento que deles consegue obter ao longo dos anos de tratamento, fazem do médico de família um verdadeiro ponta de lança no combate às doenças cardiovasculares. Como se trata de um desafio coletivo, o paciente também tem de fazer jogo ativo. Afinal todos querem ganhar...
A dupla constituída pelo médico de família e pelo doente representa uma equipa para vencer. A relação entre ambas as partes deseja-se tão próxima quanto possível e afastada do velho conceito em que o médico prescreve a receita e doente limita-se a cumprir o que lhe é recomendado. Hoje, mais do que nunca, pretende-se diálogo aberto e frontal entre ambos para o processo de tratamento ser mais eficaz. "O doente tem uma palavra a dizer. É importante ambos chegarem a um acordo. Por exemplo, não adianta estar a prescrever um medicamento a determinadas horas se percebo que ele não o vai tomar por estar a trabalhar ou dizer-lhe para comer a determinadas horas se o doente está a fazer uma jornada continua de trabalho. É preciso explicar-lhe as necessidades de tratamento e ouvi-lo para se chegar a um consenso", explica Rosa de Pinho argumentando que conhecer o doente e ter a sua colaboração é vital para a taxa de sucesso durante todo o processo de tratamento. "O diálogo aberto com o médico é fundamental". Uma das vantagens da medicina geral e familiar, acrescenta a médica de família e presidente eleita da Sociedade Portuguesa de Hipertensão, é a proximidade que facilita conhecimento que o médico tem do doente e da família que. "Às vezes sei perfeitamente porque é que um doente não consegue cumprir, uma vez que conheço as circunstâncias familiares em que vive, os problemas que tem com os filhos ou com os cônjuges, percebo alguns estados de depressão. Este acompanhamento de perto tem essa grande vantagem que mais nenhuma especialidade consegue".
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Não são poucas as situações em que os doentes consideram os médicos quase um membro da família ou, em alguns casos, até como um amigo. As consultas de rotina são boas oportunidades para promover a interação, além de serem uma maneira de o doente se sentir motivado e acompanhado. "Os doentes têm de perceber que também têm responsabilidade e devem preparar-se para o encontro com os médicos. Por outro lado, após a consulta, devem ter consciência que as recomendações são para seguir à risca, não só não só nos dias seguintes, mas até indicações em contrário. É preciso ter o cuidado e responsabilidade de criar hábitos diários, de forma a melhorar o risco cardiovascular global. Os médicos são os orientadores e os doentes não podem passar para nós as responsabilidades e têm de ser eles a assumi-las".
A médica reforça igualmente o papel da família ou dos cuidadores do doente neste processo justificando que cabe a todos ajudar a cumprir uma meta ou um objetivo como a prática de hábitos de vida saudáveis. Pode ser o exercício físico diário, seguir uma dieta para controlar o consumo de sal ou promover uma alimentação com mais legumes.
"Pela Sua Saúde Cardiovascular" é uma iniciativa TSF com o apoio da Servier Portugal.