Melo critica proposta de Centeno sobre supervisão financeira à boleia do BCE
Candidato do CDS lembrou as injeções financeiras nos bancos portugueses e o peso das mesmas para os contribuintes.
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O cabeça de lista do CDS-PP às europeias considerou hoje "muito preocupante" as críticas do Banco Central Europeu (BCE) à proposta de lei do Governo para a supervisão financeira, pelo potencial de "instrumentalização política" do regulador nacional.
Em declarações aos jornalistas, no Porto, à margem de uma ação de campanha para as europeias, Nuno Melo considerou "muito preocupante" que "o primeiro reparo" do BCE à lei da responsabilidade do ministro das Finanças, Mário Centeno, seja o alerta de que o diploma "facilitará a instrumentalização política e o controlo político do regulador nacional".
Uma preocupação acrescida, assinalou Nuno Melo, dado que Portugal "atravessou casos muito graves no setor bancário, com o encerramento de bancos que, pelo caminho, custaram milhões de euros ao contribuintes".
E citou os números, a começar com as "injeções de sete mil milhões BPN, cinco mil milhões na CGD e mais cinco mil milhões no Novo Banco".
O Banco Central Europeu (BCE) fez várias críticas à proposta de lei do Governo para a supervisão financeira, referindo incompatibilidades com o sistema europeu de bancos centrais, aumento de pressão política e pouca clareza na proposta.
No parecer a que a Lusa teve acesso, e noticiado pelos jornais Observador e Expresso, o presidente do BCE, Mario Draghi, escreve que "a disposição relativa à designação do governador, de entre um dos membros do Conselho de Administração do Banco de Portugal (BdP) durante o seu mandato não é compatível com o Sistema Europeu de Bancos Centrais (SEBC)".