Novo estudo nacional procura saber quantos são os doentes com insuficiência cardíaca
O presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia lembra que há cerca duas décadas que os números de doentes com insuficiência cardíaca diagnosticada não são atualizados. É necessário conhecer a realidade para a atuar, explica o professor Victor Gil.
Corpo do artigo
A Sociedade Portuguesa de Cardiologia tem em marcha um estudo para saber qual o número de doentes com insuficiência cardíaca diagnosticada em Portugal. O professor Victor Gil, presidente da sociedade, explica que há cerca de duas décadas que os números não são atualizados numa sociedade em mudança constante de hábitos.
"A prevalência referida no estudo [estudo EPICA - Epidemiologia da Insuficiência Cardíaca e Aprendizagem - de 2002) de há 20 anos era de 4,3%, ou seja, superior à da maior parte dos países da Europa (que variava entre os 2 a 2,5%). Temos de verificar se isso continua a acontecer, e a partir dessa realidade, ir para o terreno", reitera Victor Gil.
TSF\audio\2020\09\noticias\02\04_setembro_2020_pela_sua_saude_cardiovascular_tiago_santos
Entre as principais dúvidas a esclarecer está a percentagem de doentes sem diagnóstico. Se na realidade espelhada no estudo publicado em 2002 se verificava que cerca de metade dos casos (50%) estavam por diagnosticar, é necessário perceber se o se cenário se alterou e, sobretudo, como se alterou.
"Temos de tentar perceber se a realidade de 50% dos casos não diagnosticados se continua a verificar", diz Victor Gil. "Admito que haja um número importante de insuficiências cardíacas que ainda não estão diagnosticadas. Penso que para além de um alerta à população - que os sintomas que tem é de cansaço, inchaço nas pernas ou falta de ar -, o desafio aos médicos de família para pensarem que a insuficiência cardíaca pode estar presente em muitos doentes".
A bola está do lado dos médicos de proximidade, considera o presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia. São eles quem, em primeiro lugar, tentam descodificar sintomas.