Prevenção de riscos associados à síndrome passa não só pelo Sistema Nacional de Saúde, mas também pelas políticas públicas e pelo tecido empresarial. Ideias deixadas pelo Secretário de Estado Adjunto, do Trabalho e da Formação Profissional, Miguel Cabrita, na terceira sessão do ciclo de conferências "Insuficiência cardíaca: Uma estratégia para Portugal", que o Global Media Group realizou esta semana com o apoio da Novartis e da Medtronic.
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Num mundo cada vez mais exigente, onde o ritmo de trabalho nem sempre respeita os sinais do corpo, cabe ao Estado e aos patrões uma responsabilidade social acrescida.
Na terceira e última sessão do ciclo de conferências "Insuficiência cardíaca: Uma estratégia para Portugal", o Secretário de Estado Adjunto, do Trabalho e da Formação Profissional, Miguel Cabrita, lembrou a importância do equilíbrio entre vetores como saúde e produtividade.
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"Fala-se hoje muito do burnout, do stress no âmbito das atividades profissionais, na gestão das diferentes esferas da vida e toda esta pressão para a competitividade, flexibilidade e longos tempos de trabalho que não podem deixar de ser tidos em conta quando pensamos na equação ampla de como lidar com os riscos e com os impactos de doenças como a insuficiência cardíaca", sublinhou Miguel Cabrita.
Envelhecimento e insuficiência cardíaca
Problemas num país cada vez mais envelhecido, onde os portugueses permanecem ativos até mais tarde no mercado de trabalho. Uma equação onde se misturam idade, stress e produtividade com impacto óbvio na saúde dos trabalhadores.
Neste aspeto, Miguel Cabrita destaca o papel do Estado e das políticas públicas para a adequada regulação do mercado de trabalho e do modo como o trabalho é prestado. "É certamente diferente ter um trabalho temporário, não é a mesma coisa para a vida das pessoas, para o modo como vivem o seu quotidiano e para reduzir ou aumentar níveis de ansiedade".
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Outro exemplo sugerido pelo Secretário de Estado é o teletrabalho e o direito à desconexão, que nem sempre está garantido e tem um profundo impacto na vida dos trabalhadores. Uma matéria em que Miguel Cabrita, recorda "o papel dos parceiros sociais no seu conjunto, mas muito em particular dos empregadores, gestores de recursos humanos e líderes de equipas, porque o modo como o trabalho é organizado, a chamada cultura empresarial, não é de todo indiferente para ajudar. Há aspetos em que muito pode ser feito para minimizar os riscos que estão aqui presentes", refere.
Responsabilidade social dos patrões
Além de apelar à maior consciência dos empregadores, o Secretário de Estado Adjunto, do Trabalho e da Formação Profissional lembra a responsabilidade social das empresas nesta matéria: "Os empregadores têm de se preocupar com as práticas que desenvolvem nas suas equipas e no modo como operam, mas há também uma dimensão de responsabilidade social no recrutamento e na inclusão de pessoas que, pelas suas condições clínicas, têm mais dificuldade para se manter no mercado de trabalho".
Assuntos que foram debatidos na terceira e ultima sessão do ciclo de conferências "Insuficiência cardíaca: Uma estratégia para Portugal", que analisou a dimensão profissional e sistémica da síndrome que afeta cerca de 400 mil portugueses.
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