Com o acelerar da transição digital decorrente da pandemia de covid-19, as questões da privacidade também ganham uma nova escala. Tema já não é restrito à área das Tecnologias da Informação, mas já faz parte das agendas das direções executivas das empresas.
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Uma das mais visíveis consequências do surto pandémico que vivemos é a dependência da tecnologia, que vive um momento de aceleração inesperado.
Neste cenário de trabalho remoto em grande escala e de migração de negócios para o meio digital, a privacidade surge como um desafio a enfrentar.
A tecnologia e as pessoas que a usam representam, assim, os maiores riscos de exposição e de intrusão, no que respeita aos dados pessoais.
No campo da tecnologia, efetivamente, a prevenção contra o crime cibernético assume particular relevo no que diz respeito à salvaguarda da privacidade e da proteção de dados.
Estar em conformidade com o Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD) implica ter bem definidas as finalidades para a recolha de dados pessoais, proteger a informação sensível e apostar em softwares que removam informação fora de validade, que garantam a transparência, e que permitam a minimização, anonimização e pseudonomização de dados pessoais.
Por outro lado, considerando que a maioria das violações de dados resulta de erro humano, é facto que a formação, informação e sensibilização dos recursos humanos é a pedra de toque de toda a estratégia de conformidade com o RGPD.
O respeito pela privacidade e proteção de dados, com a implementação de práticas bem estruturadas e de ferramentas e processos eficazes, pode trazer benefícios diretos e imediatos. Desde logo na redução de custos de armazenamento, no valor intrínseco da organização, na sua reputação e na sua credibilidade.
A cibersegurança deixou, assim, de ser um tema exclusivo das Tecnologias de Informação e passou a estar no topo das preocupações da Direção Executiva das Organizações.
Para além do aumento considerável no investimento direcionado ao combate ao cibercrime e na afetação de recursos dedicados a este tema; assiste-se, igualmente, a uma tendência para a externalização deste apoio, dada a sua especificidade, exigência e necessidade de desenvolver um trabalho multidisciplinar, com várias dimensões de conhecimento e capacitação técnica.