Regressos de Passos e Portas "facilitam" a vida ao PS, diz Pedro Marques
Cabeça de lista do PS acusa PSD e CDS-PP de trazerem para a campanha os "protagonistas do passado", mas acredita que, a fazer regressar os "responsáveis pelos cortes", a direita está a ajudar os socialistas.
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A última semana de campanha eleitoral ficou marcada por dois discursos: no PSD, o do antigo presidente Pedro Passos Coelho, e, no CDS-PP, o do também ex-líder Paulo Portas. Mas, se para as hostes centristas e social-democratas a chegada dos antigos líderes à campanha pode ter funcionado como uma injeção de confiança, também para o PS esse pode ter sido um motivo de festejo.
É pelo menos essa a mensagem transmitida pelo candidato socialista Pedro Marques, até porque, considera o 'número um' dos socialistas ao Parlamento Europeu, ao fazer regressar Passos e Portas ao terreno, PSD e CDS-PP estão também a ajudar os eleitores a decidir o sentido de voto. E, defende o cabeça de lista, a favor do PS.
"Num certo sentido, facilitam a minha campanha", atirou Pedro Marques, esta manhã, durante uma ação de campanha, no Montijo, onde criou raízes e se lançou, pela primeira vez, para a vida política.
Para o candidato socialista, ao colocar no centro da campanha os "protagonistas do passado", centristas e social-democratas estão a levar a jogo os responsáveis por "cortes nas pensões e cortes nos rendimentos", mas também aqueles que levaram Portugal a "enfrentar um enorme aumento de impostos".
"Esses protagonistas do passado trazem depois como cabeças de lista ao Parlamento Europeu outra vez os protagonistas do passado, que aplaudiram os cortes no tempo Passos Coelho e Paulo Portas. E não se lembraram de mais nada do que, candidatar a presidente da Comissão Europeia, o homem que pediu sanções máximas parra Portugal", disse ainda Pedro Marques, referindo-se ao candidato do Partido Popular Europeu (PPE), Manfred Weber.
Rui Rio, o "desaparecido". António Costa? "É o meu PS"
Na ação de campanha que teve, esta manhã, nas ruas do Montijo, Pedro Marques não teve a seu lado António Costa, que só estará presente no comício em Setúbal, mas contou com o apoio do ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, e de António Mendes, secretário de Estado dos Assuntos Fiscais.
Ainda assim, o cabeça de lista do PS foi questionado sobre a presença dos lideres partidários na campanha, em particular do secretário-geral do PS, António Costa. Uma situação normal e, até, aconselhável, entende o candidato, que refere, no entanto, que durante algum tempo Rui Rio andou "desaparecido" da campanha do PSD.
"Rui Rio andou desaparecido uns dias. Não sei se isso teve a ver com as sondagens que foram sendo publicadas, mas esse é um problema do PSD", disse o candidato, que, sobre a presença do líder socialista em várias ações de campanha, assinalou: "O PS de António Costa é o meu PS".
No entender de Pedro Marques, os líderes partidários "devem estar envolvidos na campanha", quer seja em eleições legislativas, autárquicas ou europeias, e, para o que resta da campanha eleitoral, que termina na sexta-feira, o candidato do PS garante estar "confiante".