"Nunca é tarde demais para tratar o paciente" - Luís Andrade, Centro Hospitalar Entre Douro e Vouga, Santa Maria da Feira.
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Nas últimas décadas o desenvolvimento científico, sobretudo nos países mais desenvolvidos, tem permitido a melhoria dos cuidados médicos e, em muitos casos, aumentos substanciais na qualidade de vida dos doentes. O especialista em medicina interna afirma que a consequência direta é o aumento significativo da população idosa, onde as doenças cardiovasculares encontram mais pacientes. "Hoje, qualquer pessoa com mais de 75 anos tem ainda muitas capacidades de praticar atividades diárias e de ultrapassar as limitações da doença. Temos de ter a noção de que nunca é tarde demais para tratar o paciente".
Para Luís Andrade, o fator idade não pode ser uma limitação e o objetivo da medicina é potenciar os anos de vida de cada pessoa com a maior qualidade possível. "Acima de tudo, é preciso tratar o doente de forma adequada, sobretudo, porque existe capacidade de conseguir ultrapassar as diversas limitações provocadas pelas patologias".
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O especialista esclarece que todos temos aquilo a que se designa "reserva funcional e fisiológica". Significa que as pessoas, mais novas e mais velhas, têm a capacidade de resistir à doença, apesar dos obstáculos que possam surgir.
Os mais idosos têm risco cardiovascular mais elevado, agravado por complicações e associações a outras doenças. A hipertensão e a diabetes são apontados como os maiores e mais frequentes fatores de risco. "Isso não significa que não se possa tratar estas pessoas. Há estudos científicos a indicar que tratar a população com mais de 75 anos traduziu-se em benefícios com reduções de eventos fatais e não fatais".
O exercício físico também é uma importante arma para minimizar o risco cardiovascular e não pode ser descurado pela população idosa, uma vez que pode ser praticado por qualquer pessoa, desde que adaptado à condição de cada um. Luís Andrade deixa um alerta aos mais velhos e recomenda vivamente a pratica física. "É importante continuarem a ser acompanhados pelo médico, procurar sempre o aconselhamento de um profissional, vigiar a pressão arterial, fazer os rastreios recomendados, manter um estilo de vida saudável e, se houver limitação quanto à prática de exercício físico, adaptar a atividade consoante o doente. Também é muito importante tomar a medicação diária, é um conselho sobretudo quando falamos de doenças crónicas".
"Pela Sua Saúde Cardiovascular" é uma iniciativa TSF com o apoio da Servier Portugal.