Rio invoca século XIX para acusar Costa de pôr PCP e BE na "roda dos enjeitados"
O presidente do PSD acusa o PS de estar a fazer uma "encenação eleitoral".
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O presidente social-democrata, Rui Rio, acusou hoje o primeiro-ministro de tentar deitar o PCP e o BE para a "roda dos enjeitados" numa "encenação eleitoral" para "conquistar o voto dos moderados".
Num jantar-comício em Oeiras, Rui Rio afirmou que o primeiro-ministro e secretário-geral do PS procurou nos últimos dias demarcar-se do PCP e do BE, com os quais conta para a "geringonça" a nível nacional, numa "encenação eleitoral" que comparou à "roda dos enjeitados".
Rui Rio defendeu que para a prossecução do "projeto europeu" e para uma Europa de paz é preciso "votar em partidos moderados" e que o PSD "é de longe o partido mais moderado que temos em Portugal".
Na quarta-feira, o secretário-geral do PS afirmou que PCP e o Bloco de Esquerda afastaram-se do voto de protesto em Portugal, mas não o fizeram na Europa, considerando este tipo de posicionamento inútil para a resolução de problemas.
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"Faz-me lembrar uma figura que havia no seculo XIX que era a roda dos enjeitados, onde as mães punham os recém nascidos filhos bastardos para entregar à caridade", disse Rui Rio.
Só que, acrescentou, a "'geringonça' não é recém-nascido nem é bastardo, tem pai e mãe e tem um trabalho que nós conhecemos e que é avaliado pela negativa", declarou Rui Rio.
O presidente do PSD frisou que os sociais-democratas "não pactuam" com a extrema-direita nem com a extrema-esquerda que "fazem perigar o projeto europeu" mas o PS "quando lhe dá jeito alinha seguramente".
Rangel acusa Governo de "ímpeto controleiro" sobre Banco de Portugal
O cabeça de lista do PSD acusou hoje o Governo de "ímpeto controleiro" sobre a banca e instituições independentes como o Banco de Portugal, referindo-se às críticas do Banco Central Europeu (BCE) sobre a proposta para a supervisão financeira.
Num jantar-comício em Paço de Arcos (Oeiras) - num espaço com capacidade para mil pessoas, mas com várias mesas vazias, ao contrário do que tem sido habitual -, Paulo Rangel acusou o PS de ser "a favor do controlo e do fim da imparcialidade das instituições públicas."
"Não estou a falar neste ímpeto controleiro por acaso. Se nós olharmos aquilo que é a maior vergonha, o maior escândalo, o caso Berardo (...), na altura do Governo Sócrates era o mesmo ímpeto de controlo da banca", apontou.
Paulo Rangel defendeu que "se os portugueses não querem que haja mais casos Berardos, se não querem que haja interferência na independência e na autonomia do Banco de Portugal (BdP) não podem votar no PS, não podem votar em António Costa".
O BCE fez várias críticas à proposta de lei do Governo para a supervisão financeira, referindo incompatibilidades com o sistema europeu de bancos centrais, aumento de pressão política e pouca clareza na proposta.
O ministro das Finanças, Mário Centeno, já assegurou em Madrid que serão feitas as "clarificações que forem necessárias" face às "dúvidas" do Banco Central Europeu.
Rangel voltou a apelar ao voto dos militantes, recorrendo a uma imagem de um comício do secretário-geral do PS, António Costa, que disse ter visto na quarta-feira na televisão.
"Estava a dizer uma coisa que me intrigou, de uma forma nervosa, até um pouco esganiçada diria: 'Temos de voltar a ganhar as eleições'. A pergunta que faço é: quais foram as eleições que ganhou António Costa?", afirmou, na passagem mais aplaudida do seu discurso, perante uma sala que pareceu por vezes alheada dos discursos políticos e em que só parte os aplaudia.
O eurodeputado defendeu que "não é por birra, não é por teimosia" que pretende que o PS não vença as eleições.
"É mau para o país, para a representação de Portugal na Europa, mau para a Europa que o PS e António Costa pudessem ter um bom resultado no dia 26", disse.
Rangel manifestou a convicção de que o PSD vai conseguir eleger Carlos Coelho nas europeias, o sétimo candidato (atualmente o PSD tem seis).
Antes do cabeça de lista do PSD, falou pela primeira vez num comício precisamente Carlos Coelho e também o líder da distrital de Lisboa, Pedro Pinto, que há alguns meses apoiou a pretensão de Luís Montenegro desafiar o presidente do PSD para eleições diretas.
Hoje, Pedro Pinto elogiou a direção de Rui Rio por ter feito "uma grande lista" do PSD para o Parlamento Europeu, não escolhendo "yes man", mas deputados "perfeitamente qualificados.