Nos Oscars deste ano o galardão de "Melhor Som" foi ganho por "Dune", de Denis Villeneuve. Um filme que contou com uma ferramenta desenvolvida em Portugal
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Foi em 2016 que Nuno Fonseca começou a trabalhar no Sound Particles, um programa de "efeitos especiais" para o som. É o criador que explica que "da mesma forma que existem softwares para efeitos visuais nos filmes, com explosões por todo o lado, o que nós fizemos foi criar a mesma coisa, mas para a área do som".
O desenvolvimento da ferramenta começou ainda no Instituto Politécnico de Leiria. É lá que está sediada a startup que já tem um escritório em Londres e outro a caminho em Los Angeles.
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Quando surgiu, o Sound Particles mudou tudo explica Nuno Fonseca uma vez que "antigamente, se alguém quisesse criar o som de uma batalha, agarrava no editor de áudio e começava a pôr uma explosão aqui, uns tiros acolá, e provavelmente, ao fim de oito horas de trabalho talvez tivesse 50 sons a tocar ao mesmo tempo". Com esta ferramenta "conseguimos, em 15 minutos, dizer que queremos dez mil sons espalhados por um quilómetro quadrado".
O Sound Particles desde cedo foi bem acolhido e usado por alguns dos maiores estúdios de Hollywood. Um reconhecimento que agora chega aos Oscars.
Mac Ruth, Mark Mangini, Theo Green, Doug Hemphill e Ron Bartlett foram os sonoplastas que levaram a estatueta dourada para casa, mas fizeram-no, em parte, graças ao programa nascido em Leiria, uma vez que o usaram para sonorizar as batalhas no planeta Arrakis. Nuno Fonseca não ficou espantado ao ouvir o anúncio. Antes, já o filme tinha ganho o BAFTA e "limpo" os prémios atribuídos pela especialidade.
Para o ano, nos Oscars de 2023 talvez se repita o feito. Basta que sejam lançados mais filmes com batalhas épicas.