Espetroscopia de transmissão: cientistas descobrem técnica para identificar se planetas têm condições habitáveis
O investigador Pedro Machado revela à TSF que a técnica foi agora aprimorada e vai possibilitar conhecer os planetas que estão a milhares de anos de luz de distância
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Os cientistas descobriram uma nova técnica que permite identificar se um planeta tem condições habitáveis ou não. O investigador na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e membro do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço Pedro Machado explica à TSF que tudo começou em 2012 quando o planeta Vénus passou em frente ao Sol.
Foi um momento acompanhado de perto pelos cientistas que, através da luz, conseguiram analisar várias características desse planeta. Estes dados criaram uma técnica chamada espetrofobia de transmissão, que leva à identificação de elementos que fazem parte da composição da atmosfera de planetas que estão fora do Sistema Solar.
Pedro Machado revela que a técnica foi agora aprimorada e vai possibilitar conhecer os planetas que estão a milhares de anos de luz de distância.
"A espetroscopia de transmissão é uma técnica que começou a ser usada nos últimos anos para caracterizar as atmosferas dos exoplanetas, ou seja, não [são] planetas do Sistema Solar, mas planetas que estão muito, muito longe de nós, planetas que orbitam outras estrelas que não o Sol, que estão a distâncias incomensuráveis. E esta técnica de eleição tem servido para estudar as características das atmosferas destes exoplanetas. Será que estes planetas têm oceanos? Será que têm nuvens? Terão desertos?"
A técnica será agora utilizada para perceber se os exoplanetas são habitáveis ou "uma espécie de incineradora terrível, como o caso de Vénus".
A espetroscopia de transmissão será utilizada durante a Missão Espacial Ariel, que deverá ser lançada para o espaço em 2030. A missão tem como objetivo estudar e caracterizar as atmosferas de mil exoplanetas.