
FunPlus
Alexandre Amancio, que marca presença na Web Summit, trocou as terras gélidas do Canadá - onde criou a empresa - pela luz de Lisboa, para estar mais perto da família da mulher (que é francesa) e não se arrepende, afirmando que “Portugal está transformado num hub europeu de inovação"
A FunPlus acaba de se instalar em Lisboa com a abertura de um estúdio sob a marca Ellipsis, que pretende impulsionar a indústria de videojogos nacional, com planos de contratar 50 profissionais nos próximos três anos para construir um jogo de raiz em Portugal e apresenta o projeto por estes dias, na Web Summit 2024 na FIL.
A empresa ganhou espaço como referência global a partir da criação do projeto no Canadá, liderado por Alexandre Amâncio, um português até aqui radicado em Montreal, que decidiu abrir uma unidade em Portugal, pela atratividade do destino, em matéria de inovação, quer ao nível de condições de investimento, quer de conhecimento, quer de recursos humanos e para estar mais próximo da família, até da mulher de origem francesa.
Voaram até Lisboa onde é hoje também professor na Universidade Lusófona e lidera o projeto do novo estúdio de produção de videojogos, que pretende alargar a novos produtos para televisão e cinema, bem como desenvolver novas propriedades intelectuais e expandir as suas criações para outro tipo de plataforma.
À TSF confirma que os planos passam por contratar 50 pessoas nos próximos três anos e já está em contacto com a academia, para conhecer melhor os alunos e os cursos neste domínio do conhecimento, para uma primeira avaliação de capacidades e atração de talento.
A empresa pretende lançar o seu primeiro comic, "Sea of Conquest: Cradle of the Gods", desenvolvido pela equipa portuguesa, marcando o início de um universo criativo que será explorado através de vários meios e garante que com esta aposta, vai reforçar o compromisso de transformar Portugal num hub global de videojogos.
Este é um projeto empresarial nascido na Suiça que depressa se tornou referência mundial no desenvolvimento de videojogos, como o “State of Survival e King of Avalon,”e outros jogos que se tornaram populares ao nível da estratégia e da criação de universos imersivos e envolventes.
Alexandre Amâncio mostra-se entusiasmado com o arranque da operação em Lisboa, onde não faltará o recurso à IA, mas lembra que esta é apenas uma ferramenta que ajuda a realizar tarefas repetitivas, ainda incapaz de substituir a criatividade humana. Sublinha que a produção de um vídeojogo é talvez a forma de arte mais complexa, demora anos a concretizar.
Para ilustrar esse processo, dá como exemplo, a recriação de uma pedra, que durante a construção de um jogo passado em África, ocupou durante anos, um único funcionário da empresa. Hoje, com recurso a tecnologia e IA, essa tarefa ficaria para a máquina e a mão de obra humana seria canalizada para funções mais criativas.
