Um grupo austriaco de proteção de dados avançou com dois processos contra o ChatGPT. A primeira refere-se a uma data de nascimento errada, quando se pede informações sobre uma determinada pessoa famosa. A segunda tem a ver com dados difamatórios
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É uma queixa sobre o caso de um norueguês sobre quem a ferramenta de inteligência artificial inventou uma história que a ser divulgada lhe
causaria elevados danos. A empresa responsável pelo ChatGPT é acusada de ter violado o regulamento geral sobre a proteção de dados ao divulgar uma história difamatória.
Arve Holmen é um cidadão comum, com um emprego que não lhe dá qualquer notoriedade pública, não é reconhecido pelos compatriotas e nunca teve problemas com a Justiça.
Um dia decidiu saber se o ChatGPT tinha informações sobre ele próprio e o que descobriu foi uma história de terror em que é apresentado como um homicida condenado por ter assassinado dois dos filhos e ter tentado matar o terceiro. A história acrescenta que o caso chocou a comunidade
local de Trondheim e o país e teve grande cobertura dos orgãos de comunicação social. Holmen teria sido condenado a 21 anos de prisão, a pena máxima
na Noruega.
Embora a história fosse totalmente falsa, apresentava detalhes correctos em relação à realidade. Por exemplo, onde o homem mora, quantos filhos tem, refere que são todos rapazes e as idades deles. Arve Holmen ficou chocado, não encontrou forma de corrigir ou apagar a história e queixou-se à empresa norte-americana. A resposta que recebeu foi uma resposta padrão pré-escrita.
Na queixa, o grupo austriaco "None Of Your Business" diz que o ChatGPT não parece interessado ou é incapaz de corrigir as informações falsas e, para se proteger, decidiu colocar um aviso a informar os utilizadores que devem verificar os dados porque a ferramenta não é infalivel e erra. No processo, é pedido que o ChatGPT seja obrigado a apagar as informações difamatórias e a melhorar o processo que leva à criação de conteudos.