Lisboa e Rio unidas para atrair nómadas digitais enquanto o "estudante trabalhador" aguarda pela atração do futuro Governo

Miguel Fontes, secretário de Estado do Trabalho
Álvaro Isidoro/Global Imagens
Planos por concretizar, outros em andamento, uns ditos em palco, outros entre pavilhões, em mais um dia de Web Summit em Lisboa.
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Perante a atual situação do país, Miguel Fontes deu a volta à Web Summit, esta quarta-feira, ainda enquanto secretário de estado do trabalho e não como líder da startup Lisboa que inaugurou a primeira edição do evento em 2016 e agora, olhando para o futuro, por fazer, deixa projetos como o novo programa dedicado ao primeiro contacto dos jovens com o mercado de trabalho que o governo batizou de "estatuto do estudante-trabalhador.
Um projeto que programava lançar em breve, depois de um outro lançado no verão intitulado "Avançar" para incentivar a contratação sem termo de 25 mil jovens qualificados que previa apoios financeiros de 8,6 a 12,4 mil euros às empresas e descontos de 50% das contribuições para a Segurança Social, mas o governante, termina o mandato considerando que o executivo "deixa muita obra feita" e cita algumas medidas, como o IRS Jovem ou a rede de creches.
Quanto ao ecossistema empreendedor, puxa da memória para afirmar que quando era diretor-executivo da Startup Lisboa, o que verificou foi a captação de nómadas digitais, pelo estatuto "friendly" do país, em termos de segurança e hospitalidade, mais do que as condições de habitação.
Já o presidente da câmara de Lisboa, depois do debate com o homólogo do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, no palco principal do Altice Arena, em declarações à TSF, afirmou que pretende fixar mais empreendedores na cidade, mas que cheguem com vontade de fazer empreendedorismo social. Carlos Moedas sublinhou que a autarquia investe cerca de 500 milhões em habitação e apenas 5 milhões em inovação, por questões de prioridades, mas garante que a cidade está a trabalhar para ter mais "digitals districts". Além do hub criativo do Beato, berço da fábrica de Unicórnio, empresas com uma valorização superior a mil milhões de euros, das quais já captou 12 e uma é brasileira, dando como exemplo também da cooperação com a cidade maravilhosa como canta a marcha do compositor, André Filho.
O município estuda um novo braço desta fábrica de Unicórnios, nas traseiras do Instituto Superior Técnico, para projetos de biotecnologia e outro na área dos videojogos, para além da "Cidade Digital do Mar" a nascer na doca de Pedrouços, que pretende ser incubadora de ideias tecnológicas que potenciem a economia azul, mas para tal, adianta o autarca, é preciso financiamento do PRR e é preciso que não pare. Moedas deixa o apelo aos partidos e ao futuro vencedor das próximas eleições que não travem a execução do Plano de Recuperação e Resiliência.
Perante o desafio lançado pelo prefeito do Rio, no ano em que o Brasil tem presença recorde na Web Summit com uma comitiva de 300 empresários, Carlos Moedas garante que Eduardo Paes é um amigo com quem trabalha há muito tempo e que cooperação entre "cidades irmãs" não falta, até porque o Rio de Janeiro pode ser a porta de entrada de startups portuguesas para o mercado da América Latina e em sentido inverso, Lisboa pode ser a plataforma para novos projetos empresariais brasileiros se lançarem para a Europa.
Para já, o autarca aguarda pela decisão final de Bruxelas e que dentro de 10 dias, a 27 de novembro, traga para casa o troféu de capital europeia mais inovadora, estando Lisboa posicionada entre as 3 capitais europeias finalistas.