Um telescópio ao serviço da Força Aérea que abrange até 38 mil quilómetros de distância no espaço
O "mais avançado telescópio ótico" está instalado na base aérea de Beja
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A Força Aérea Portuguesa e a Neuraspace apresentaram "o mais avançado telescópio ótico em Portugal", uma parceria que terá "impacto na defesa nacional e europeia, que permitirá otimizar a análise de dados espaciais, transformando informações complexas em conhecimentos valiosos para fins de defesa e proteção civil".
O telescópio, instalado na base aérea de Beja, vai ser utilizado para fins civis e militares. A Neuraspace, a empresa que o construiu, garante que ele vai permitir fazer a gestão do tráfego espacial a partir da análise de imagens que podem ser captadas até 38 mil quilómetros de distância da terra, embora a sua área de atuação se situe mais a 500 quilómetros de distância.
"A inteligência artificial vai analisar essas imagens e extrair informação de valor, nomeadamente se há uma possível colisão ou um objeto ameaçador a sobrevoar uma determinada zona", explica o business developer director da Neuraspace.
Além deste telescópio situado em Beja, foi colocado outro do género nas antípodas, no Chile, para abarcar todo o globo terrestre.
Em teoria, este telescópio, que custou 25 milhões de euros e foi comprado com financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) pode prever a queda de um meteoro. "Quando ele faz aquele rasto (...) já entrou na atmosfera, e a capacidade deste telescópio será a de identificar essa situação antes dela acontecer", explica Carlos Cerqueira.
A apresentação dos telescópios contou com a presença do Chefe do Estado-Maior da Força Aérea, General João Cartaxo Alves.
Notícia corrigida às 16h10