O projeto foi produzido num supercomputador da agência espacial norte-americana
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Alguma vez pensou como seria mergulhar num buraco negro? A agência espacial norte-americana NASA divulgou um vídeo que mostra a simulação de uma viagem "sem retorno" dentro deste objeto cósmico super misterioso.
As simulações foram produzidas num supercomputador da NASA e mostram como seria se uma pessoa fosse sugada por um buraco negro supermassivo. O projeto demorou cinco dias para ser produzido, tendo sido gerados quase 10 terabytes de dados, o equivalente a metade do conteúdo de texto da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos. Num computador comum, o mesmo processamento levaria mais de uma década.
A criação foi baseada num buraco negro supermassivo, com aproximadamente 4,3 milhões de vezes a massa do Sol. A viagem começa com a visão do buraco negro supermassivo à distância, a 640 milhões de quilómetros, de onde é possível observar o anel luminoso de poeira e gás que fica ao redor do objeto cósmico.
Aos poucos, a câmara aproxima-se do buraco, com a luz e os outros elementos a serem distorcidos pela força da gravidade.
"Simulei dois cenários diferentes, um em que uma câmara – um substituto de um astronauta ousado – aproxima-se do horizonte de eventos mas é lançado para trás, e outro em que cruza essa fronteira, selando o seu destino", explica Jeremy Schnittman, astrofísico do Goddard Space Flight Center da NASA que criou as visualizações. O cientista refere que simulou estes processos difíceis de imaginar para ter uma ideia das "consequências reais no universo real".
As simulações estão disponíveis em dois formatos: um vídeo explicativo, que funciona como um "guia turístico", e outro em 360 graus, que permite ao espectador olhar em redor do objeto durante o percurso.
Um buraco negro é uma região no espaço com uma densidade extremamente alta e uma gravidade tão intensa que nem mesmo a luz consegue escapar. Forma-se a partir do colapso de estrelas supermassivas. "Quando isso acontece, causa uma supernova, isto é, uma estrela em explosão que lança parte da estrela para o espaço", explica a NASA.