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A inteligência artificial e os algoritmos já fazem parte do nosso dia quando acedemos ao telemóvel ou ao computador. Em 2023, as novas tecnologias de linguagem, cada vez mais humanizadas e democratizadas, como o chatGPT, já revolucionam a forma como nos relacionamos com a internet.
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"Os novos modelos de linguagem vão alterar a maneira como interagimos com os computadores, que até agora exigiam instruções muito explícitas, ou em formulários ou em linguagens de programação. Neste momento, com esta capacidade que estes modelos trouxeram para perceber a linguagem, vai ser possível interagirmos com eles e dar instruções essencialmente em português ou inglês. Portanto, isso vai alterar de forma bastante profunda a maneira como interagimos com todos os computadores", afirma Arlindo Oliveira, antigo presidente do Instituto Superior Técnico.
Ouça aqui a entrevista
O professor catedrático acredita que as novas ferramentas de inteligência artificial são uma "oportunidade" não só para quem usa diariamente o computador, mas também para pessoas com pouca literacia digital. Contudo, como temos visto vários cientistas a alertar, estas tecnologias podem trazer riscos para o nosso quotidiano.
A maneira como pode ser aplicado pode colocar riscos. O risco mais óbvio é o da desinformação
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"O chatGPT em si é apenas um modelo de linguagem, não tem intenções, não coloca por si riscos. A maneira como pode ser aplicado pode colocar riscos. O risco mais óbvio é o da desinformação", alerta Arlindo Oliveira, sublinhando que esse risco "já existe agora" e está associado à escrita de texto ou criação de imagens falsas.
"É preciso que estes sistemas de inteligência artificial, às quais nós darmos mais capacidade de controlo sobre a nossa sociedade, estejam bem alinhados com os nossos objetivos. Não convém por sistemas destes a controlar e a dar-lhes poder a sistemas que podem tomar ações que não estejam alinhadas com os nossos objetivos", avisa.
Para Arlindo Oliveira, que atualmente preside o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência, assegura que o maior risco da inteligência artificial é mesmo criar modelos que "não sejam suficientemente inteligentes", defendendo por isso o desenvolvimento.
O chatGPT foi criado pela empresa norte-americana OpenAI. Qualquer pessoa pode usar este modelo de linguagem para criar texto, gerar imagens ou vídeo. O CEO desta empresa tecnológica esteve ontem no Congresso norte-americano, onde pediu aos congressistas uma maior regulação deste tipo de inteligência artificial.
Sam Altman admitiu que o chatGPT pode acabar com vários empregos e ser utilizado para interferir nas eleições norte-americanas face ao risco de criar desinformação.