Paul Rusesabagina, o sobrevivente do genocidio do Ruanda que inspirou o filme "Hotel Ruanda", tem dedicado a vida a tentar evitar que o que aconteceu há duas décadas se volte a repetir.
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Mas 20 anos depois do genocídio no Ruanda, os alertas para a actual situação em África têm-se repetido.
O chefe das operações humanitárias da ONU garante que na Republica Centro Africana, se nada for feito, a situação pode evoluir para um genocídio.
No Sudão do Sul, o mais jovem país do mundo, é feito o mesmo alerta.
A TSF conversou com Paul Rusesabagina, um sobrevivente do genocídio do Ruanda, e que tem dedicado a vida a tentar evitar que o que aconteceu há duas décadas se repita.
Paul, que, como gerente de um dos principais hotéis em Kigali, salvou mais de mil compatriotas, considera muito triste que a história esteja sempre a repetir-se sem que as pessoas aprendam a lição.
Em entrevista à TSF conta que quando o genocídio no Ruanda estava a decorrer a comunidade internacional virou as costas, fechou os olhos, bloqueou os ouvidos e fingiu que não estava a ver. Quando tudo acabou, essa mesma comunidade apareceu de joelhos, suplicando por perdão, pedindo desculpa e dizendo: temos pena mas não sabíamos.
Paul Rusesabagina recorda que quando visitou o Darfur ficou impressionado com as semelhanças que encontrou em relação ao Ruanda antes da guerra. Havia milhares de pessoas deslocadas no interior daquela região do mundo, o mesmo acontecia em Kigali que no inicio dos anos 90 era uma capital cercada por um milhão e 200 mil pessoas deslocadas, sem comida, sem abrigo, sem água potável e onde a morte era uma visita diária.
Paul apela, por isso, aos lideres mundiais: diz que está na hora de se levantarem e fazerem o que está certo.
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