Hillary Clinton tinha na divisão no campo republicano uma oportunidade para se destacar, mas o aparecimento de Bernie Sanders mostrou as suas fragilidades.
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Carlos Gaspar, da direção do Instituto Português de Relações Internacionais, considera que a incerteza na corrida presidencial norte-americana está para durar. E no caso de Hillary Clinton, os problemas só tendem a aumentar.
Segundo o professor universitário, a ordem natural que existe em política ditaria uma vitória do partido republicano, muito por culpa da insatisfação com o presidente Obama, "por boas ou más razões". Mas Carlos Gaspar vislumbra uma hipótese para Hillary Clinton. "Com estes candidatos, e com uma divisão do campo republicano, entre Donald Trump e um candidato oficial do partido, existem condições para que Hillary Clinton, se conseguir manter-se à frente de Bernie Sanders, seja a próxima presidente dos Estados Unidos", afirmou o investigador.
Carlos Gaspar não vê nestas eleições primárias "nenhuma indicação verdadeiramente relevante", mas considera que estas podem configurar "o que vai ser a próxima eleição presidencial em que Trump, apesar da popularidade e da força que tem, como candidato populista, é improvável que seja o escolhido pelos republicanos, mas que ainda assim poderá correr por fora".
No caso de Hillary Clinton, Carlos Gaspar vê na candidata alguém que afinal mostrou ser mais vulnerável e frágil do que parecia, e com um rival à altura no campo democrático, Bernie Sanders. Hillary "vai ter de se bater verdadeiramente para consolidar uma posição sólida à frente de Bernie Sanders. O próprio presidente Obama tem que fazer um esforço adicional para garantir que Hillary Clinton é candidata", concluiu Carlos Gaspar.
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