Na noite em que decorre a votação para a nomeação democrata, em Filadélfia, a TSF falou com António Cabral, deputado do Massachusetts, que acredita que o partido vai sair unido da Convenção.
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Na Convenção Democrata, a noite de hoje é marcada, mais logo, pelos discursos do antigo presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, e da antiga secretária de Estado de Clinton, Madeleine Albright, mas, antes, os delegados votam para nomear o candidato democrata que irá defrontar Donald Trump nas eleições de novembro - que, ao que tudo indica, será a antiga primeira-dama, Hillary Clinton.
Durante a noite, quem vai estar muito atento aos discursos é o delegado António Cabral, deputado há mais de 20 anos pelo estado do Massachusetts.
Entrevistado pela TSF, o português nascido na ilha do Pico, nos Açores, e que, desde a primeira hora, é apoiante de Hillary Clinton, considera que o partido sairá unido da convenção, mesmo que os últimos dias tenham sido marcados pela polémica dos 'e-mail' revelados pelo grupo WikiLeaks, que deram conta de que a líder do partido, Debbie Wasserman Schultz, tentou sabotar a candidatura do senador do Vermont.
"Acho que não vai afetar a campanha e o partido, ela reconhece o que fez, foi um erro, mas que deveria ter sido evitado. Eu acho que o partido fez bem em pedir desculpas a Bernie Sanders", afirma, em entrevista à TSF, António Cabral.
Uma situação incómoda, mas que, acredita o deputado estadual, está ultrapassada, sublinhando que Bernie Sanders vai até ter um papel determinante na luta contra a candidatura de Donald Trump.
"É necessário que ele faça parte desta campanha para novembro, porque nós, como partido, precisamos dos apoiantes dele, principalmente os mais jovens", defende o deputado, que acrescenta ainda que o senador do Vermont, que já declarou apoio a Hillary Clinton, teve o dom de servir de "inspiração" para muitos jovens americanos, agora mais consciencializados da "importância de participar e de votar".
Bernie Sanders, o opositor que é agora apoiante da candidatura de Hillary Clinton à presidência e que pode obrigar a antiga secretária de Estado a olhar com mais atenção para algumas das questões colocadas em cima da mesa pelo senador do Vermont.
"Eu acho que o Bernie Sanders está a fazer o seu papel. Ele prolongou a campanha para tentar influenciar a plataforma [política que o partido vai adotar antes das eleições de novembro] e para conseguir que a Hillary Clinton fosse ao encontro dele em alguns temas. E, nalguns deles, até foi", considera.
Até novembro, no momento em que democratas e republicanos estarão frente-a-frente na luta para a eleição final, António Cabral espera ver os apoiantes de Clinton e Sanders lado a lado, a combater Donald Trump.
A TSF acompanha as eleições nos Estados Unidos com o apoio da Fundação Luso Americana para o Desenvolvimento.