Esta é a semana dos democratas na Carolina do Sul. Hillary Clinton e Bernie Sanders lutam por 59 delegados à convenção de julho, e o senador do Vermont parece estar em maus lençóis. Tem uma desvantagem de 24 pontos para Clinton na média das sondagens da última semana.
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Este domingo, em Greenville, Bernie encheu um pavilhão com milhares de apoiantes. Admiradores fiéis que já sabiam o discurso de cor mesmo antes de o ouvir. Lisa Yu, uma jovem apoiante de Sanders que marcou presença na primeira fila do pavilhão desportivo de Greenville, no interior da Carolina do Sul, segura um cartaz que diz "Bernie vai trazer-nos a democracia!".
Esperou muito por Bernie Sanders, tal como todos os outros três ou quatro mil apoiantes. Primeiro em longas filas para entrar, e depois já sentados. Ao todo, uma espera de mais de três horas, sem desistências.
A jovem apoiante explicou o que a trouxe até ali, o que a convence em Bernie. "Acho que a principal razão é porque a América é uma oligarquia, e ele é o único candidato que quer verdadeiramente dar a volta a isso. Torná-la de novo numa democracia".
E Lisa começou a enumerar a lista de propostas. "O salário mínimo deve ser aumentado, não chega para viver, e acho que quem trabalha 40 horas por semana não deve viver na pobreza. Acho que a segurança social é um direito para todos. Não acredito que as grandes empresas possam comprar políticos". E continuou, gaguejando, hesitando, mas sem desistir. "Há muita coisa, sim. Há uma longa lista de problemas na América, e acho que o Bernie é o único que quer mesmo dar a volta a isto!"
Lisa não terá dado o tempo por perdido. Bernie Sanders falou quase uma hora, e tocou todos os pontos, numa agenda social-democrata que aqui, no sul dos Estados Unidos, soa a revolução.