A família Clinton está em força na campanha para as primárias democratas. Na véspera da votação na Carolina do Sul, Bill e Chelsea, marido e filha de Hillary, têm corrido o estado em ações de campanha.
Corpo do artigo
Está cansado, com a voz fraca, mas é um dos mais eficazes políticos nesta campanha, sendo capaz de arrastar muitos fãs e encher salas durante toda a semana. E não está a candidatar-se a nada, está apenas a ajudar a mulher. Aqui na Carolina do Sul, Bill Clinton tem tido uma agenda separada de Hillary, com dois ou três eventos por dia.
Em Rock Hill, no interior norte do estado, começou por falar de Barack Obama e do último discurso do Estado da União. "Ele pintou um belo quadro do futuro, mas o problema é que há muitos americanos que olham para o quadro, e não se veem lá dentro. É isso que está em causa nestas eleições. A Hillary está a candidatar-se para pôr todos os americanos nesse quadro".
E Trump também serviu de alvo. "Estas eleições são, acima de tudo, sobre como vivemos na América. Reparei, no caucus republicano no Nevada, num tipo que diz que quer tornar a América grande outra vez. Eu acho que a América nunca deixou de ser grande, precisa é de voltar a estar unida".
Uma ideia que não convive bem com muros, em mais uma indireta para Donald Trump. "Podemos liderar o mundo para um futuro mais seguro através de, e vou usar uma velha frase minha, não pelo exemplo do poder, mas pelo poder do exemplo. A América tem de trabalhar para ter uma boa influência no resto do mundo. E como vamos unir a América outra vez? Bem, não devemos construir um muro à volta do país".
Um dos temas desta campanha é o financiamento das campanhas. A Citizens United, nome de um comité de doadores do partido e de candidatos republicanos, e também de uma lei de 2009 que abriu as portas para empresas e sindicatos entrarem nas campanhas políticas, através de publicidade paga. Bill Clinton fez o que sabe, e explicou. "A Citizens United diz que todos temos direito à liberdade de expressão. É verdade. Depois diz que faz parte dessa liberdade a forma como gastamos o dinheiro que temos na carteira. Portanto, o tipo que ganha o salário mínimo e o bilionário são igualmente livres de gastar o que quiserem em campanhas políticas, e se quiserem manter isso secreto, também está tudo bem. Se acreditam nisto, estão no comício errado".
Após quase uma hora de discurso, Bill Clinton mostrou continuar em forma.
A TSF acompanha o ano presidencial nos Estados Unidos no âmbito de uma parceria com a Fundação Luso Americana para o Desenvolvimento (FLAD).