Eleição de Hillary seria um momento "absolutamente histórico", diz Ana Gomes
Na Convenção Democrata, a eurodeputada socialista defendeu ainda, em conversa com a TSF, que Hillary Clinton deve "claramente" integrar numa agenda futura as questões colocadas por Bernie Sanders.
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É um momento que poderá ficara para sempre na história norte-americana e mundial, mas Ana Gomes considera que, para lá da eleição - pela primeira vez - de uma mulher para a Casa Branca, é preciso saber o que irá fazer Hillary Clinton caso se concretize, em novembro, a vitória sobre Donald Trump.
A eurodeputada defende, por isso, que a candidata, que conta agora com o apoio oficial de Bernie Sanders, deve encontrar espaço para integrar algumas das propostas do senador do Vermont no programa que irá apresentar aos cidadãos e eleitores.
"Para que Hillary possa ser a presidente que os Estados Unidos precisam, mas, também, que o mundo precisa, ela tem de claramente integrar na sua agenda muitas das questões que Bernie Sanders vem defendendo. Sobretudo, no sentido de a governação nos Estados Unidos, e também na Europa, deixar de estar capturada por interesses financeiros ocultos e ser posta ao serviço do interesse público", afirma à TSF a eurodeputada socialista.
Para Ana Gomes, a Convenção Democrata, em Filadélfia, na qual participa a convite do National Democratic Institute, deve servir para moldar uma candidata "muito mais à esquerda", na sequência do "extraordinário apoio que Bernie Sanders conseguiu do povo americano e, em particular, das camadas mais jovens do partido".
Nos últimos dias, o Partido Democrata foi abalado pela polémica da publicação, por parte da organização WikiLeaks, de perto de 20 mil mensagens de correio eletrónico, que revelaram a vontade da direção dos democratas de afastar Bernie Sanders da corrida à Casa Branca. Ana Gomes sublinha, por isso, a importância de os democratas "se unirem" para concretizar dois objetivos essenciais.
"Por um lado, impedir Trump de vencer, porque significa a guerra e é um fascista. Ao lado dele, o carniceiro George W. Bush parace um homem de Estado, mas, também pelo lado positivo, pelo facto de ser esta a grande e primeira oportunidade para eleger uma mulher para a presidência. É um facto absolutamente histórico", defende.
Em conversa com a TSF, a eurodeputada socialista sublinha ainda que a ex-secretária de Estado de Barack Obama tem "todas as condições, capacidades e a sensibilidade" para ser uma "grande parceira" e para "renovar a articulação" com a Europa.
A votação, que deve levar à nomeação de Hillary Clinton como candidata pelos democratas, tem lugar esta terça-feira.
Mais logo, a Convenção Nacional do Partido Democrata recebe Bill Clinton, o antigo presidente dos Estados Unidos.
A TSF acompanha as eleições nos Estados Unidos com o apoio da Fundação Luso Americana para o Desenvolvimento.