Foi o combate final antes do início da longa eleição interna que vai determinar o candidato democrata às eleições presidenciais nos Estados Unidos. O legado de Barack Obama dominou a discussão.
Corpo do artigo
Bernie Sanders, o senador independente foi quem mais vezes chamou Hillary Clinton ao centro do debate. Os dois acabaram por dominar as atenções na discussão a três, onde ainda se inclui um discreto Martin O'Malley.
Sanders e Clinton começaram a esgrimir argumentos e acentuar diferenças num dos temas mais fraturantes do legado Obama - a reforma do sistema de saúde. A antiga secretária de Estado norte-americana garante que com ela, o plano que já permitiu que 19 milhões de pessoas ficassem protegidas não terá volta atrás.
"Finalmente temos um caminho. Um sistema de saúde universal. Temos conseguido tanto até agora. Eu não quero ver os republicanos revogar esta lei e também não quero reiniciar, novamente, um debate contencioso", defendeu Hillary Clinton.
Bernie Sanders contrapôs com um plano que, garante o democrata, vai poupar milhões de dólares por ano à classe média, mas que implica um aumento de impostos para toda a população.
Do legado de Obama, outro tema distanciou os dois candidatos. Clinton acusou Sanders de ter votado muitas vezes ao lado do lóbi das armas, contra um controlo mais apertado em vários locais públicos.
"Ele votou a favor da permissão de armas nos transportes ferroviários e nos parques nacionais. Ele votou contra o avanço de investigações para descobrir como podemos salvar vidas. Não podemos esquecer o que está aqui em causa". Bernie Sanders ripostou afirmando que "a secretária Clinton sabe que o que ela disse é uma grande hipocrisia. Eu votei imensas vezes contra o lóbi das armas".
O consenso, no debate que decorreu em Charleston, no estado da Carolina do Sul, chegou quando no plano militar. Nem Hillary Clinton, nem Bernie Sanders concordam com o envio de tropas americanas para a Síria. No que toca ao Irão, os caminhos voltaram a distanciar-se. Clinton defende prudência na normalização das relações. Para Sanders, quanto mais rápido melhor.