União Europeia, governos e presidentes dos quatro cantos do mundo expressaram as suas opiniões sobre a eleição. Uns ficaram felizes, outros em choque.
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Na União Europeia, a Alta Representante para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança afirmou que os laços entre os Estados Unidos e a União Europeia são mais fortes que qualquer mudança na política. "Continuaremos a trabalhar juntos, redescobrindo a força da Europa", disse Federica Mogherini.
Também os presidentes do Conselho Europeu, Donald Tusk, e da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, reagiram, apelando ao reforço das relações transatlânticas. "Hoje, é mais importante do que nunca reforçar as relações transatlânticas. Só através de uma cooperação estreita a UE e os EUA podem continuar a fazer a diferença para se lidar com desafios sem precedentes como o Daesh, as ameaças à soberania e integridade, alterações climáticas e migrações", escrevem os líderes da União Europeia.
Tusk e Juncker convidaram também o novo presidente norte-americano para visitar a Europa "o mais cedo que lhe for conveniente" e participar numa cimeira UE-EUA. "Este encontro permitir-nos-ia traçar o curso das nossas relações para os próximos quatro anos", escreveram.
De França, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Jean-Marc Ayrault disse que o perfil de Trump levanta algumas questões e a líder da Frente Nacional, de extrema-direita, Marine Le Pen, felicitou o "novo presidente dos Estados Unidos", bem como o "povo livre" norte-americano.
Outro líder da direita, da extrema-direita húngara, Viktor Órban, no Twitter, escreveu: "Parabéns, que boas notícias".
Pablo Iglesias, do Podemos, de Espanha, também escreveu no Twitter que "hoje todos pensam em Bernie Sanders. Todos reconhecem que o candidato a que muitos chamaram radical poderia ter derrotado Trump".
E do governo alemão, há duas reações de descontentamento. A ministra da Defesa, Von der Leyen, diz que o desfecho das eleições norte-americanas é um choque tremendo. A ministra foi mais longe, afirmando que Trump sabe que isto não foi um voto nele, mas contra o aparelho.
Por sua vez, Sigmar Gabriel, vice-chanceler alemão, considerou a eleição de Trump um aviso para a Alemanha e a Europa, alertando que quem faz as leis deve ouvir mais as pessoas. "Trump é o pioneiro de um novo movimento internacional autoritário e chauvinista. É tambem um aviso para nós".
Da China chega a garantia dada pelo porta-voz do ministro dos Negócios Estrangeiros de que o país trabalhará com o novo presidente dos EUA para assegurar o seguro e estável desenvolvimento das relações bilaterais.
O porta-voz da Duma, o Parlamento russo, também já se pronunciou, referindo que acredita que será possível um diálogo mais construtivo com o novo presidente.
Na Turquia, o presidente Erdogan tem esperança que a eleição de Trump vá beneficiar o Médio Oriente. Já o primeiro-ministro, Binali Yildirim, diz que uma nova página nas relações entre ambos os países se poderá abrir caso os Estados Unidos decidam extraditar Fethullah Gülen. O ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia garante que será reforçada a cooperação com os EUA.
O Governo da Austrália disse que é crucial que Washington se mantenha focado na Ásia com Donald Trump na Presidência dos Estados Unidos. Camberra desejou mais envolvimento norte-americano na região.
O presidente Filipino, o polémico Duterte, congratulou Donald Trump, afirmando que vai trabalhar para aprofundar as relações entre os Estados Unidos e as Filipinas.
No Japão, o primeiro-ministro Shinzo Abe garantiu que a aliança entre ambos os países permance intacta. "O Japão e os Estados Unidos são aliados inabaláveis ligados por valores comuns, tal como a liberdade, a democracia, os direitos do Homem fundamentais e o Estado de Direito", acrescentou o primeiro-ministro nipónico.
Por sua vez, o chefe de Estado egípcio, Abdelfatah al Sisi, manifestou o desejo de que durante o mandato de Donald Trump se dê "um novo clima e uma maior cooperação" entre o Egito e os Estados Unidos.
O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, também felicitou Trump, saudando a sua "amizade" com a Índia.
Theresa May, primeira-ministra do Reino Unido, também congratulou Trump, confessando estar ansiosa por trabalhar com o magnata no reforço dos laçoes entre ambos os países.
No Irão, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Mohammad Javad Zarif, alerta Trump para que mantenha o compromisso relativo ao acordo nuclear.
O primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, que apoiou Hillary Clinton, referiu que a amizade entre o seu país e os Estados Unidos é sólida.