Um tribunal federal de Washington considerou culpado Paul Manafort de oito dos 10 crimes de que era acusado.
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O ex-diretor da campanha de Donald Trump, Paul Manafort, foi esta terça-feira considerado culpado por um tribunal federal de oito crimes de fraude fiscal e bancária.
Em causa estão cinco crimes que envolvem falsificação de declarações de impostos, um crime pela falha na entrega obrigatória imposto sobre contas no estrangeiro e dois crimes de fraude bancária.
A imprensa norte-americana sublinha que este processo é uma enorme queda para Manafort, que durante muitos anos viveu no auge, sendo uma espécie de lenda dentro do Partido Republicano.
O ex-diretor da campanha presidencial que levou Trump para a Casa Branca era suspeito de ter recebido cerca de 60 milhões de dólares de um partido político ucraniano apoiado pela Rússia e de ter escondido quase 20 milhões do fisco.
Esta condenação está a ser interpretada como uma vitória para o conselheiro especial Robert Muller, que é o responsável pela investigação à alegada interferência russa nas eleições de 2016.
No tribunal de Alexandria, perto de Washington, o júri chegou a acordo em apenas oito das 18 acusações que pesavam contra Manafort, no final do primeiro julgamento. Manafort declarou-se inocente de todos os crimes de que era acusado. No fim, os jurados afirmaram que "não conseguiram chegar a um consenso em dez das acusações".
Numa primeira reação, Donald Trump tentou distanciar-se do seu antigo diretor de campanha. "Eu sinto-me muito mal pelo Paul Manafort. Não tem nada a ver comigo nem com o conluio da Rússia", disse o Presidente norte-americano, citado pela Reuters.
Antigo advogado de Trump declara-se culpado
Também nesta terça-feira, o antigo advogado pessoal de Donald Trump, Michael Cohen, declarou-se culpado de vários crimes de fraude fiscal e bancária e de violações no financiamento da campanha eleitoral.
O advogado admitiu ter realizado pagamentos para influenciar as eleições de 2016, que deram a vitória a Trump na corrida à Casa Branca. Como parte do acordo, Cohen aceitou não contestar qualquer sentença que determinasse penas de prisão entre 46 e 63 meses.
O antigo advogado recusou-se ainda a testemunhar sobre outras matérias, entre as quais a investigação que está a ser feita sobre as ligações do conselheiro Robert Mueller à campanha de Trump e à Rússia.