
Joana de Sousa Dias/TSF
O criminologista Andreas Armborst acredita que, mesmo com medidas de segurança reforçadas, um país nunca está preparado para um ataque terrorista.
Foi há um ano que um camião de grandes dimensões entrou no mercado de Natal de Breitscheidplatz, atropelando indiscriminadamente dezenas de pessoas. Doze morreram, mais de setenta ficaram feridas, e centenas presenciaram o momento em que o tunisino Anis Amri deixou um rasto de sangue numa praça cheia.
Depois do sucedido "houve reações diferentes", sublinha Andreas Armborst, "por um lado as emocionais e totalmente compreensíveis, por outro reações de pânico e raiva em relação aos refugiados. Muitos instrumentalizaram o atentado culpando os estrangeiros e os imigrantes pelo sucedido e também as políticas da chanceler Angela Merkel e do seu governo. Estão convencidos de que foram essas políticas que trouxeram o terrorismo para o país."
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Numa carta aberta, os familiares das vítimas criticaram duramente as autoridades alemãs e o governo de Angela Merkel por não estarem preparados para enfrentar um ataque terrorista. Para o diretor do Centro Nacional de Prevenção do Crime (NZK) é difícil antecipar um atentado: "As autoridades alemãs sabiam que existia uma ameaça terrorista e sempre atuaram tendo isso em conta. Mas é impossível estarmos totalmente preparados." No entanto, na opinião de Andreas Armborst vários erros foram cometidos como a falta de vigilância ao autor do ataque, que tinha antecedentes criminais ou a falha nos cuidados às vítimas dos familiares.
O mercado de Natal da praça Breitscheid é um dos mais populares da capital alemã com mais de um milhão de visitas, um número que se deverá repetir este ano, apesar do ataque terrorista. Esta terça-feira vai estar fechado numa homenagem às vítimas. Os nomes e países de origem de cada um dos mortos foram gravados nos degraus da igreja que ocupa o centro da praça (também ela um memorial às vítimas do Holocausto.)