A prioridade são "os interesses" da comunidade portuguesa. Governo explica o apoio a Guaidó
O ministro dos Negócios Estrangeiros anunciou que Portugal "reconhece e apoia a legitimidade" de Juan Guaidó para assumir o cargo de Presidente interino da Venezuela.
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"Portugal reconhecerá e apoiará a legitimidade do presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, o sr. Juan Guaidó, como Presidente interino nos termos constitucionais da República da Venezuela, com o encargo de convocar, preparar e organizar eleições presidenciais livres, inclusivas e justas", declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, esta segunda-feira.
O ministro sublinhou que a transição política na Venezuela não pode passar por confrontos internos nem por uma intervenção militar externa, mas, sim, por um processo "pacífico", através da "convocação, tão breve quanto possível, de novas eleições presidenciais".
Augusto Santos Silva revelou ainda que, enquanto parte do grupo de contacto internacional lançado pela União Europeia, Portugal estará presente numa reunião na próxima quinta-feira, na capital do Uruguai, Montevide - onde também estarão presentes, pela Europa, Espanha, França, Alemanha, Reino Unido, Suécia e Itália, e, pela América Latina, o Uruguai, a Bolívia, a Costa Rica e o Equador.
O objetivo deste encontro, esclareceu o ministro, é "apoiar os venezuelanos" na transição política.
O ministro frisou que a primeira preocupação do Governo português prende-se com a "defesa dos interesses dos portugueses e luso venezuelanos", considerando que "a instabilidade política" e as condições económicas e sociais que classifica como "terríveis" colocam em risco " a segurança e o bem-estar da numerosa comunidade portuguesa e luso venezuelana que vive hoje na Venezuela".
Portugal junta-se assim a outros países europeus, como Espanha, Reino Unido, Suécia, Dinamarca e França, que já esta segunda-feira reconheceram o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela como Presidente interino, após ter expirado o prazo de oito dias para que o presidente Nicolás Maduro convocasse eleições presidenciais.
Portugal, Espanha, França, Alemanha, Holanda e Reino Unido tinham dado oito dias a Maduro para convocar eleições, um prazo que terminou no domingo: "Será feito aquilo que o ultimato diz, que é reconhecer a autoridade do presidente da Assembleia Nacional [Juan Guaidó], nos termos da Constituição venezuelana", disse na sexta-feira Augusto Santos Silva.
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