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O candidato de esquerda, Andrés Manuel López Obrador, perfila-se como o próximo Presidente da segunda maior economia da América Latina.
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Andrés Manuel López Obrador, dirigente do partido Morena, vai à frente nas sondagens para as presidenciais, com 40 a 50% de intenção de voto. A campanha eleitoral terminou ontem à noite. No próximo domingo, 1 de julho, mais de 88 milhões de mexicanos elegem o próximo mandatário do país.
O perfil de líder popular e social de López Obrador posicionou-o durante os quatro meses da campanha no topo da preferência dos eleitores. O candidato de Morena domina em 28 dos 32 estados do país. Durango, Nuevo León, San Luis Potosí e Querétaro são a exceção.
Ricardo Anaya, do Partido Ação Nacional (PAN), compete pelo segundo lugar com Jose Antonio Meade, que nesta eleição joga a permanência no poder do Partido Revolucionário Institucional (PRI). Cerca de 20 pontos separam estes candidatos de López Obrador.
Pela primeira vez as presidenciais mexicanas têm um candidato independente. O antigo governador de Nuevo León, Jaime Rodriguez Calderón, poderá ter entre 3 e 5% dos votos.
Corrupção, acusações e assassinatos
Desde o início, esta campanha foi um rosário de acusações cruzadas de corrupção. Suspeitas de lavagem de dinheiro, tráfico de influências e subornos salpicaram todos os candidatos.
Temas como a economia, saúde, educação ou a complicada relação do México com os EUA ficaram praticamente de fora da agenda.
À falta de discussão de propostas, a figura de López Obrador passou a ser o eixo central da estratégia dos adversários. PRI e PAN acusaram-no de ser populista e de querer transformar o México numa Venezuela.
A proposta de López Obrador para impulsionar uma Amnistia para quebrar o ciclo de violência acabou por ser a grande polémica da campanha. Os candidatos opositores consideram que o partido Morena quer fazer um pacto com o narcotráfico. Mas Obrador garante que a amnistia não é para os grandes criminosos e que é fundamental para pacificar o país.
Entretanto, alheio a projetos e programas, o México mostrou a sua cara mais violenta neste processo eleitoral. Nos últimos 7 meses, 133 políticos de vários partidos foram assassinados em todo o país. O número está em permanente atualização. As autoridades mexicanas já investigam.
Sob investigação está também a denúncia de compra de centenas de cartões de eleitor e o roubo de boletins de voto em vários estados do país
No domingo, o México vai eleger 3326 representantes. São governadores, regedores, presidentes municipais, senadores, deputados. E, claro, um presidente da República.
Esta é a terceira candidatura de López Obrador à presidência. Os resultados preliminares vão ser conhecidos no domingo à noite. Só então vamos saber se as sondagens nos vão dar novamente uma surpresa. Ou se, realmente, à terceira é de vez