
Migrants intercepted aboard dinghies off the coast in the Strait of Gibraltar, are seen on a rescue boat upon arrival at the port of Tarifa, southern Spain July 1, 2018. REUTERS/Jon Nazca
Jon Nazca/Reuters
Num espaço que deveria receber 18 jovens que atravessaram o Mediterrâneo sozinhos já estão 35.
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O Centro Manuel Falla é um dos cinco centros da província de Cádiz que acolhe menores. Crianças que arriscam atravessar o Mediterrâneo sozinhas.
Maria é uma das educadoras deste centro que fica em Jerez de La Frontera. Conta que este ano mesmo, no inverno, quando não houve temporais, chegaram barcos que fizeram a viagem com menores desacompanhados.
O pessoal não tem mãos a medir. Só há 18 camas para deitar quase o dobro dos jovens. A alternativa passa por dormirem no chão, em colchões.
Todos os centros de acolhimento estão a rebentar pelas costuras e os funcionários têm feito manifestações na rua, a alertar para as condições em que estão a trabalhar.
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Os jovens vêm para a Europa com a ilusão de que podem trabalhar. Querem ajudar a família, no entanto, de acordo com a lei, não o podem fazer por serem menores.
Alguns não trazem qualquer escolaridade. Ali no centro, tentam ensinar-lhes a língua Espanhola e dar-lhes alguns cuidados médicos.
Maria esclarece que chegam todo o tipo de miúdos: crianças que no seu país já viviam na rua, mas também outras pelas quais as famílias se endividam, para lhes proporcionar um futuro melhor.
Os menores acreditam que a Europa é o El Dorado. "Quando lhes perguntamos porque vens? Respondem «para ajudar a minha família e ter um futuro melhor». Creem que vão ganhar muito dinheiro para poder enviar para casa". Uma realidade que por vezes é bem diferente e mais dura.
Os menores provenientes de África ficam nestes centros de acolhimento até aos 18 anos.