
epa06718963 Xanana Gusmao (C-R), East Timor's former president and leader of the the 'National Congress for Timorese Reconstruction' (Conselho Nacional de Reconstrucao de Timor, CNRT) party, is accompanied by former president and leader of the People's Liberation Party (Partidu Libertasaun Popular, PLP), Taur Matan Ruak (C-L), during a campaign rally for the upcoming parliamentary election in Tasitolu, Dili, East Timor, also known as Timor Leste , 08 May 2018. Others are not identified. East Timor's political parties started their campaigns for the second parliamentary election in less than a year, after the coalition was dismissed. The country will hold its parliamentary elections on 12 May. EPA/ANTONIO DASIPARU
EPA/ANTONIO DASIPARU
A Aliança de Mudança para o Progresso (AMP) venceu as eleições legislativas antecipadas com mais de 305 mil votos, ou 49,56% do total, segundo os dados praticamente finais do Secretariado Técnico da Administração Eleitoral.
Os dados dizem referência a um escrutínio de quase 99%, faltando apenas nove dos 85 centros de votação do município de Bobonaro, onde a AMP lidera com ampla vantagem (mais de 51,29% dos votos).
Com este apoio eleitoral, a AMP, liderada pelos ex-Presidentes Xanana Gusmão e Taur Matan Ruak obtém 34 dos 65 mandatos do Parlamento Nacional, o que lhe permite formar o VIII Governo constitucional sem necessitar de qualquer apoio adicional.
Em segundo lugar ficou a Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), que liderou a coligação minoritária do anterior Governo, e que obteve cerca de 211 mil votos, ou 34,27% do total, mantendo o mesmo número de deputados, 23.
No Parlamento estará também o Partido Democrático (PD) - parceiro da Fretilin no VII Governo, que perde dois deputados para cinco, tendo obtido quase 49 mil votos ou 7,95% do total.
Pela primeira vez no parlamento estará a Frente de Desenvolvimento Democrático (FDD) - uma coligação de quatro pequenos partidos - que terá três lugares e que obteve quase 34 mil votos ou 49,56% do total.
Nenhuma das outras oito forças políticas conseguiu chegar à barreira dos 4% de votos válidos que é necessária para conseguir eleger deputados.
Os dados mostram um aumento da taxa de participação, que em 2017 foi de 76,74% (584 mil votantes num universo de 760 mil) e este ano aumentou para quase 80% (626.500 num universo de 784 mil.
Os três partidos que integram a AMP conseguiram aumentar, em conjunto, a sua vantagem sobre a Fretilin, de cerca de 84.500 em 2017 para mais de 90 mil.
Globalmente, a AMP teve mais de 94 mil votos que a Fretilin (a diferença era de cerca de 83.600), tendo aumentado o seu apoio total em cerca de 52.500 votos, enquanto a Fretilin viu crescer o seu apoio eleitoral em quase 41 mil votos.
De referir ainda o aumento de cerca de 5.700 votos da FDD.
Os piores resultados foram dos partidos que integram a coligação MSD, que perderam mais de 10 mil votos, e do PD que perdeu quase seis mil.
Até ao momento ainda nenhuma das forças políticas fez qualquer declaração pública sobre o resultado eleitoral.
Os dados têm agora que ser reconfirmados na Comissão Nacional de Eleições (CNE), numa tabulação nacional - não se trata de uma nova contagem, apenas de uma verificação das atas.
É nessa fase que é decidida, com a presença dos partidos, a distribuição dos quase 600 votos "reclamados", ou seja, votos em que, no momento de contagem, houve disputa sobre a quem deveriam ser atribuídos.
Os resultados finais terão depois que ser confirmados pelo Tribunal de Recurso, o que se prevê ocorra até final de maio, devendo os deputados tomar posse em junho.
Só depois deverá ocorrer a formação do Governo que deverá ser liderado, como o próprio disse à Lusa, por Xanana Gusmão, que regressa assim ao cargo que abandonou em 2015.
De referir que a AMP venceu na maioria dos municípios, em concreto Aileu, Ainaro, Bobonaro, Covalima, Dili, Ermera, Liquiçá, Manatuto, Manufahi e ainda na Região Administrativa Especial de Oecusse-Ambeno (RAEOA) e no centro instalado na Coreia do Sul.
A Fretilin, por seu lado, venceu em todos os municípios do leste do país, Baucau, Lautem e Viqueque e ainda na Austrália, Portugal e Reino Unido.