Povo israelita decide entre dois "Benny": Netanyahu ou Gantz.
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O nível de abstenção nas eleições legislativas israelitas, que decorrem esta terça-feira em Israel, é por esta altura 12 por cento superior em relação ao último ato eleitoral, que decorreu há quatros anos.
O enviado do Diário de Notícias a Israel, Ricardo J. Rodrigues, esteve em Jerusalém e testemunhou as diferenças substanciais na forma como árabes e judeus estão a encarar as eleições que opõem dois Bengamin: Netanyahu e Gantz.
Na escola Mohammad al-Said, um dos pontos de votação, até às 15h ainda não tinha votado um único eleitor. Por outro lado, junto ao portão de Jafa, a entrada principal da cidade judaica, o cenário é completamente diferente: as ruas foram invadidas por judeus ortodoxos, onde dançam e tocam. Para eles, as eleições são uma festa.
Numa escola do outro lado da cidade, com 2.200 eleitores registados, por volta das 16h já tinham votado cerca de 1.800.
Ainda assim, a Comissão Nacional de Eleições de Israel coloca a taxa de abstenção, até às 17h, num valor 12% superior ao das últimas eleições. Segundo o mesmo órgão, só 55% dos eleitores tinham votado até esse momento.
Nas últimas eleições, 72% da população votou, mas este ano, com a previsão de que os muçulmanos não votem, a percentagem deverá situar-se, no máximo, nos 68%.
No que diz respeito aos candidato, a questão coloca-se entre Benny e Benny. Os mais novos preferem o que pertence ao partido azul e branco - Gantz -, enquanto os mais velhos parecem mais favoráveis à permanência de Netanyahu, primeiro-ministro que está no poder há 10 anos e que poderá tornar-se, esta terça-feira, no chefe de Governo que mais tempo ficou no cargo.
Seja como for, Netanyahu não sairá destas eleições com o poder reforçado e poderá até ter de estabelecer coligações. Nos últimos dias tem tentado ir buscar votos à direita e à extrema-direita, forças em crescimento na política israelita.