A polémica sobre a criação de quotas anuais de deportação de imigrantes tinha vários dias. A oposição exigia a demissão de Amber Rudd depois da publicação de documentos que revelam que a ministra tinha conhecimento dessas quotas apesar de o ter negado numa audição parlamentar.
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É o fim de linha para Amber Rudd, depois de o jornal britânico Guardian ter publicado informações que comprovavam que o gabinete da ministra britânica teve mesmo acesso a documentação sobre metas para reduzir o número de imigrantes no país...a ministra do Interior não tece outra solução que não pedir a demissão à primeira-ministra Theresa May.
A demissão surge depois de cerca de 200 deputados terem assinado uma carta onde acusavam Amber Rudd de promover políticas de imigração à pressa, na tentativa de conter o escândalo relacionado com a geração Windrush - uma geração constituída por cidadãos a quem foi prometida cidadania britânica em troca de ajuda na reconstrução da Inglaterra no período que ser seguiu à Segunda Guerra Mundial e que viram destruída a documentação que comprovava a entrada e a permanência em solo britânico.
Estes dados terão sido apagados durante os anos em que a agora primeira-ministra Theresa May era a responsável pela pasta da Imigração.
Desde 2012 que novas regras do governo britânico tornaram mais difícil a estes cidadãos o direito ao trabalho, à habitação ou à saúde, criando também dificuldades aos descendentes.
Nos últimos dias, e apesar de, no rescaldo do caso Windrush, a primeira-ministra britânica ter garantido que não queria empurrar ninguém para fora do país, um trabalho do jornal britânico Guardian divulgou documentos que comprovam que Amber Rudd teria conhecimento das metas para reduzir o número de imigrantes em 10% e que teria mesmo tido acesso a um documento em que era clara a ideia de que algumas deportações seriam forçadas.
Um dado que surgiu depois de, no Parlamento, Amber Rudd ter afirmado que desconhecia qualquer tipo de metas para diminuir o número de imigrantes no país.
A ministra deixa agora o cargo. O Partido Trabalhista já veio a público afirmar que Rudd está a servir de escudo a Theresa May, que, acusam os trabalhistas, será a principal responsável pelo ambiente hostil e pelas dificuldades vividas pelos imigrantes
Para esta segunda-feira estava prevista uma audição de Amber Rudd no parlamento inglês sobre o chamado caso 'Windrush'.