A sentença anterior foi considerada demasiado leve e o coletivo de juízes decidiu agravar a pena de 40 anos de prisão a que tinha sido condenado.
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Radovan Karadzic foi condenado a pena de prisão perpétua, depois de um coletivo de juízes ter agravado a pena de 40 anos a que tinha sido condenado, em 2016, avançou a Reuters.
O líder dos sérvios bósnios, acusado de genocídio, vários crimes contra a humanidade, crimes de guerra pela responsabilidade no cerco de Sarajevo e pelo massacre de Srebrenica, entre 1992 e 1996, recorreu da sentença proferida pelo tribunal internacional de Haia, há três anos, mas a pena foi, agora, considerada demasiado leve.
Os crimes de genocídio, bem como a responsabilidade do antigo líder dos sérvios bósnios, voltaram a ser provados em tribunal e o coletivo de juízes resolveu agravar a pena.
No coletivo de juízes esteve o juiz Ivo Rosa, do tribunal central de instrução criminal, que tem a cargo a instrução da Operação Marquês.
A decisão Mecanismo para os tribunais penais internacionais (MPTI) sobre o destino de Karadzic, 73 anos, deverá ser uma das últimas no âmbito das guerras que sucederam à desintegração da Jugoslávia em 1991, após as independências unilaterais da Eslovénia e Croácia.
Após a morte, no decurso do seu processo, do antigo presidente sérvio Slobodan Milosevic, o ex-líder político dos sérvios bósnios é o mais alto responsável em julgamento pelo conflito na ex-república jugoslava entre os exércitos muçulmano, sérvio e croata, com um balanço de mais de 100 mil mortos e 2,2 milhões de refugiados.
Karadzic, que denunciou um processo político e negou as principais acusações, recorreu da sentença inicial em primeira instância, que a acusação considerou demasiado clemente.
Na Bósnia, o governo da Republika Srpska (RS, uma das duas entidades semi-autónomas), anulou em 2018 um relatório de 2004 sobre as mortes e criou uma comissão para conduzir um novo inquérito sobre os crimes de guerra.
Em 2017, e numa das suas últimas deliberações, o TPIJ condenou a prisão perpétua por acusações semelhantes o ex-comandante militar dos sérvios bósnios, general Ratko Mladic, que também recorreu da sentença.