A abertura das talhas na Herdade do Rocim, entre Cuba e Vidigueira, é um evento único em Portugal, que reúne três dezenas de produtores de todo o mundo, e dá continuidade, dia 13 de novembro, a uma tradição pluricentenária em tempo de celebração do S. Martinho.
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Desde 2018 que o Amphora Wine Day anima, nesta altura do ano, a Herdade do Rocim com a abertura da adega e das talhas (ou ânforas) de onde jorrará o vinho novo produzido de acordo com uma prática ancestral, particularmente querida em Vila de Frades e Vila Alva, nos concelhos de Vidigueira e Cuba, respetivamente.
O vinho de talha, com características muito peculiares, consubstanciadas no chamado terroir e no legado deixado pelos romanos na região, tem ganho, nos últimos anos, maior vitalidade; é candidato a Património Cultural e Imaterial da Humanidade e tem vindo a merecer crescente procura nos mercados externos, em particular Estados Unidos da América, Canadá, Reino Unido, Japão e Suécia.
«Estando na região com maior tradição do vinho de talha em Portugal, na Vidigueira, onde se produz este vinho há mais de dois mil anos, acreditámos que fazia todo o sentido organizar um evento que celebrasse o uso de ânforas. Começou por ser um evento que ajuda a preservar esta prática milenar, mas acreditamos que há aqui um extraordinário potencial para dar ao mundo do vinho e os números têm-nos mostrado isso mesmo», refere Pedro Ribeiro, enólogo e diretor-geral da Herdade do Rocim.
Produtores da Geórgia e de Itália em destaque
Este ano, Geórgia e Itália, tal como Portugal, países produtores de vinho de talha estão de novo em destaque entre os participantes no Amphora Wine Day, que tem atraído cerca de um milhar de visitantes por edição.
O ingresso, à venda na Ticketline, custa 10 euros e inclui oferta de copo Riedel. Caso opte por comprar o bilhete no dia, à porta da Adega, o bilhete terá o preço de 12,50 euros e também com oferta de copo.
A Herdade do Rocim, com cerca de 120 hectares, dos quais 70 são de vinha e 10 de olival, cultivo em regime biológico e com grande parte certificado, vende anualmente um milhão de garrafas, das marcas Mariana, Olho de Mocho, Herdade do Rocim, Grande Rocim e Vale da Mata, entre Portugal e mais 39 países e produz vinho de talha desde a abertura, há 14 anos.
Em 2019, lançou nos mercados nacional e internacional 10 mil garrafas de branco e igual número de tinto de vinho de talha, o que representou 200 mil euros da faturação anual, que após uma quebra em 2020, deve atingir este ano, em termos globais, quatro milhões de euros.