A Quinta do Quetzal lançou a nova colheita de um vinho icónico e uma gama que sublinha a forte relação deste produtor do Baixo Alentejo com a arte
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O centro de arte moderna da atraente Quinta do Quetzal, em Vila de Frades, a dois passos de Vidigueira, ilustra na perfeição o relacionamento entre dois mundos onde a criatividade reina. O vinho é uma forma de arte e daí a articulação com outras criações artísticas.
A obra ‘Deusa da Terra e da Fertilidade’ de Müge Yilmaz, patente naquele espaço, sublinha da melhor forma essa ligação ao vinho, uma vez que a artista turca, radicada em Amesterdão, inspirou-se naquele trabalho para desenhar um dos rótulos da nova gama Arte, lançada recentemente, e que aumentou o portefólio daquele produtor.
A Quinta do Quetzal situa-se numa região ideal para produzir vinhos de qualidade, graças aos verões quentes com noites frescas, o que se traduz em condições perfeitas para a maturação lenta das uvas, daí resultando uma maior acidez e aromas mais intensos.
Estas caraterísticas de um território xistoso e inclinado são bem aproveitadas pela equipa dirigida pelo enólogo José Portela, com uma longeva ligação à empresa, para produzir excelentes vinhos.
A nova gama Arte
Duas referências assinalam a estreia da gama Arte no portefólio Quetzal.
O Arte Selection Branco 2023 foi elaborado com uvas das catas Antão Vaz, Verdelho e Arinto provenientes de vinhas em solo xistoso.
Apresenta cor amarelo limão e um aroma complexo, «com notas de fruta de polpa branca e de citrinos. Na boca, revela uma acidez refrescante e tem um final longo e limpo», de acordo com o produtor.
Em termos gastronómicos, é ideal para acompanhar carnes brancas, pratos de peixe, marisco e queijos leves.
A produção foi de sete mil garrafas.
O Arte Selection Tinto 2021 foi produzido com Alicante Boushet, Alfrocheiro e Syrah. Após a fermentação alcoólica, estagiou 12 meses em barricas de 225 litros de carvalho americano e francês de 2.ª utilização.
Apresenta cor granada e na boca é denso e compacto, com notas de frutos pretos e taninos suaves.
Acompanha pratos de carnes vermelhas no forno e de caça.
Foram produzidas três mil garrafas.
As novas colheitas Família
Na vinha do coronel, a mais antiga da propriedade, foram colhidas, à mão, as uvas de Antão Vaz – a casta autóctone da sub-região de Vidigueira – para elaborar, só em anos excecionais em termos de qualidade, o Quetzal Família Branco 2017.
A fermentação decorreu em barricas novas de carvalho francês de 500 litros, seguindo-se o estágio de 18 meses com batonagens semanais e de mais dois anos em garrafa.
A garrafa magnum permite ao vinho ganhar maior expressão, apresentando notas de fruta madura, alperce e figo em particular. Frescura e mineralidade são outras caraterísticas deste branco com final longo e persistente. Um vinho muito gastronómico, do qual foram produzidas 1400 garrafas.
Os anos de extraordinária qualidade também justificam a produção do icónico Quetzal Família Tinto.
A nova colheita de 2017 com Alicante Boushet (60 por cento) e Syrah (40 por cento) estagiou, após a fermentação com leveduras indígenas, 36 meses em barricas novas de carvalho francês. Seguiu-se um estágio de dois anos em garrafa magnum, único formato em que está disponível este vinho com grande potencial de guarda, muita concentração e notas de frutos vermelhos, especiarias e tabaco.
Com apreciável teor alcoólico (15,5%), harmoniza na perfeição com carnes vermelhas e queijos fortes.
Foram produzidas 1333 garrafas deste Família Tinto 2017, um ícone da Quinta do Quetzal.
Enoturismo é referência
A Quinta do Quetzal é uma referência na região em termos de enoturismo.
O restaurante, com magnífica panorâmica, moderno, elegante e onde se destaca o painel de azulejos com assinatura Viúva Lamego, é um ativo valioso e uma atração para saborear um petisco ou uma refeição mais substancial e de nível elevado, preparada com esmero e criatividade pelo chefe João Mourato.
A harmonização vínica, aconselhada pelo ‘sommelier’ João Santos, é outra mais-valia de um espaço confortável integrado no harmonioso conjunto, que engloba o centro de arte moderna, no piso inferior, e uma loja de vinhos, produtos regionais alentejanos, bem e outros adereços.
Em plano superior, a moderna adega – outro belo exercício de arquitetura – reforça a contemporaneidade da Quinta do Quetzal.
