Uma edição especial e limitada, com 17 anos de estágio em garrafas magnum (1,5 litros), do Conde de Vimioso, vinho icónico da Falua, assinala os 30 anos da empresa, que apresentou outras novidades
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A emblemática Vinha do Convento, nos arredores de Almeirim, plantada em calhau rolado, marca impressionante e indesmentível da passagem das águas do rio Tejo naquele local, há mais de 400 mil anos, foi o soberbo palco escolhido pela Falua para apresentar várias novidades, harmonizadas de modo sublime com as criações gastronómicas do chefe Rodrigo Castelo.
Com lançamento previsto para meados de 2025, o Vinha do Convento Branco 2022 encabeçou o lote de estreias. Trata-se de um 100 por cento Arinto, cuja primeira fase do estágio, que antecedeu o atual período em garrafa, decorreu em barricas novas de 500 litros.
O topo de gama da casa no Tejo, do qual foram produzidas 1 080 garrafa, é um vinho que faz a diferença, refletindo um meticuloso trabalho de enologia.
O dinamismo da empresa ficou bem vincado com a apresentação das novas edições do Falua Reserva Branco 2021 (Fernão Pires) e do Falua Undated (Cabernet Sauvignon), ambos elaborados com uma intervenção mínima e com total ausência de contacto com a madeira durante o período de estágio.
Estes vinhos retratam, de algum modo, o percurso da Falua. "Pioneira em muitas matérias", como sublinhou Antonieta Barbosa, enóloga e diretor-geral da empresa, recordando o caráter inovador ao tempo, da adega inaugurada em 2004.
"Acreditamos que fazer, só o que se fazia, não é suficiente e a consistência na qualidade dos vinhos, comum a todos os anos de história, tem sido fundamental."
Para Antonina Barbosa, "o ano de 2017 foi de viragem, graças a uma visão conjunta abrangendo três fatores relevantes, ou seja, criação de valor, marketing e comunicação. Encontrar a diferenciação foi o objetivo de uma viticultura e enologia inovadoras".
Nesse sentido, revelou que "decorrem em Monção (ndr: onde a empresa possui a Quinta do Hospital), ensaios a pensar na viticultura do futuro, o que permitirá desafiar as alterações climáticas e manter a qualidade dos vinhos".
Um vinho que conta a história
Para assinalar os 30 anos da Falua, foi apresentada, em noite festiva, uma edição muito especial e limitada de Conde Vimioso, um vinho com 17 anos de estágio em garrafas magnum (1,5 litros).
"Trata-se de um vinho que é um pedaço da Vinha do Convento e que reflete a excelência de 2005. Foi um ano extraordinário, que permitiu fazer um Conde Vimioso para ser lançado mais tarde, elaborado com as uvas de todas as castas tintas da Vinha do Convento e que estagiou 24 meses nas melhores barricas de carvalho francês", explicou Antonina Barbosa.
A Edição Comemorativa 30 anos "é um pedaço da nossa história, do nosso terroir e das nossas raízes", sublinhou aquela responsável.
A complexidade, proporcionada pelos anos de estágio, a frescura, elegância e vivacidade são atributos de um vinho de eleição, do qual foram produzidas, só em formato magnum, 1877 garrafas, ao preço de 300 euros.
Presença em três regiões demarcadas
A Falua, cuja operação no Tejo teve início em 1994, foi adquirida pelo Grupo Roullier, em 2017, após ter sido dada luz verde para a aposta em Portugal na vinha e no setor do vinho.
"A estratégia inicial passou pelo Tejo com o objetivo de ganhar importância na região. Com 125 hectares próprios foi possível alcançar dimensão e chegar aos 200 hectares", recordou Rui Rosa, presidente da Vitas, filial do Grupo Roullier em Portugal.
Seguiram-se outras regiões demarcadas, com a aquisição, em 2020, nos Vinhos Verdes, da Quinta do Hospital em Monção, com 25 hectares de vinha, e a Casa da Torre, em Vila Verde.
Mais recentemente, em 2023, a Falua chegou ao Douro com a compra das quintas do Mourão e de S. José, esta de menor dimensão, destinada a elaborar produtos diferenciados.
Ao todo, a empresa possui cerca de 300 hectares de vinha, que dão origem a várias marcas presentes em mais de 30 mercados além-fronteiras.
De acordo com a filosofia do Grupo, "queremos que a Falua se afirme pela qualidade e que se expanda a outras regiões demarcadas, explorando as singularidades do território e criando vinhos que se distinguem", sublinhou Rui Rosa.
