A produção feita em exclusivo com uvas das castas Arinto e Loureiro e o período mais dilatado de estágio definem o perfil dos vinhos verdes da Quinta da Pousada de Fora, nos subúrbios de Guimarães
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Na sub-região do Ave, território por excelência dos vinhos verdes, a Quinta da Pousada de Fora é um hino à tranquilidade e um modelo de viticultura.
Casas agrícolas e uma adega com lagares em pedra comprovam o passado ancestral da propriedade, com 5,8 hectares de vinha, ocupados com 30 por cento de Arinto (ou Pedernã) e os restantes 70 por cento com Loureiro.
Ambas as castas são a aposta do produtor minhoto para fazer vinhos com identidade, caráter e boa aptidão gastronómica, incluindo espumantes.
São vinhos com um perfil mais estagiado, com boa estrutura e acidez, secos e complexos, com uma produção média de duas mil garrafas, exceção feita ao lote (blend) de Arinto e Loureiro, cujo total atinge as seis mil garrafas por ano.
Este vinho, muito versátil, é elaborado com 60 por cento de Arinto e 40 por cento de Loureiro, estagiando em inox e um ano em garrafa. É floral e cítrico no nariz; na boca revela uma acidez bem marcada, o que faz deste Quinta Pousada de Fora Loureiro e Arinto 2022 um vinho com excelente aptidão gastronómica para acompanhar peixe grelhado e marisco.
O Lote 21 é uma edição especial e limitada produzida em 2021 com a melhores uvas das castas Loureiro e Arinto, em percentagens idênticas.
Os sabores cítricos do Arinto conjugados com as notas mais florais e até tropicais do Loureiro resultam num vinho com boa evolução em garrafa.
Após a fermentação com as borras em inox, estagiou nove meses em barricas de carvalho francês e dois anos em garrafa.
O Loureiro 2021, tal como a colheita de 2019, é um vinho algo encorpado, com boa estrutura e acidez e um lado mais floral e frutado.
No portefólio da Quinta da Pousada de Fora, destaque para o Arinto Reserva 2020, que estagiou nove meses sobre borras finas em inox. Uma pequena percentagem do lote estagia em barricas de carvalho francês, meio ano em madeira de acácia, seguindo-se nove meses em garrafa.
A barrica está pouco marcada neste vinho, complexo, com boa estrutura, notas de baunilha e muito fresco.
Aliás, sucede algo de muito semelhante com o Loureiro Reserva 2020, que passou por idêntico período de estágio.
É um vinho seco e complexo, com boa estrutura e que revela, no nariz, aromas a folhas de chá. É muito fresco na boca, com notas de frutos secos. A barrica proporciona uma nota algo amanteigada.
O Loureiro/Arinto 2019 passou por um longo estágio em barrica, durante 24 meses em carvalho francês, e quatro anos em garrafa.
O espumante Brut Natural Branco 2021, produzido com uvas das catas Loureiro e Arinto, estagiou 12 meses antes do dégorgement, ou seja, o processo de retirar do gargalo da garrafa a borra de leveduras mortas, seguindo-se, pelo menos, um ano em garrafa.
Nas notas de prova, sobressaem os aromas cítricos, remetendo para casca de laranja, e uma acidez muito marcada. Revela boa aptidão gastronómica.
