Ícone da beleza e da sedução feminina, Chanel Nº 5 completa um século de vida e de vendas bem sucedidas. Pioneiro no seu tempo, foi representado nas artes e amado por estrelas. Ainda hoje é caso de estudo.
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Criado por Ernest Beaux, Chanel Nº 5 estava no frasco número 5 de um conjunto de amostras que este perfumista francês de origem russa deu a cheirar a Gabrielle 'Coco' Chanel.
Como a estilista acreditava que o número 5 lhe dava sorte, lançou a marca no dia 5 do mês 5 de de 1921. Chamou-lhe Chanel Nº 5.
"É o mais marcante perfume da perfumaria moderna", ao ponto de ainda hoje ser estudado e analisado quando se aprende perfumismo, resume Lourenço Lucena, perfumista português formado em composição de perfumes e membro da Sociedade Francesa de Perfumistas.
Numa entrevista à TSF, Lucena revela as principais características técnicas desta composição "sedutora e opulenta" que reúne aromas florais, cítricos, de âmbar e sândalo, entre muitos outros.
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O perfume foi um dos primeiros a usar aldeídos, compostos sintéticos que permitem uma "explosão de aromas" que nos invade o cérebro. Foi também pioneiro no marketing, ao ter um realizador de Hollywood a dirigir um filme publicitário para a televisão. Isto depois de Marilyn Monroe ter dito que para dormir usava (apenas) algumas gotas de Chanel Nº 5. Mais tarde, a criação de Beaux viria a ter lugar no Museu de Arte Contemporânea de Nova Iorque pela mão da Pop Art de Andy Warhol.
Curiosamente, a 'receita' do perfume não está guardada a sete chaves. "Nos locais certos", que não a internet, é possível os interessados acederem à fórmula da poção. Talvez por isso Chanel Nº 5 continua a "inspirar outras marcas" e permanece como um dos perfumes mais contrafeitos do mundo.