Uma visita ao Douro espoletou em Luís Machado uma reação emocional que levou o bracarense, arquiteto de formação e empresário, a produzir vinhos de qualidade e a traçar um projeto de alojamento turístico.
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A Ideia de vinhos e turismo ganhou a forma de realização de um sonho de Luís Machado, neto de lavradores do Alto Minho, e que um belo dia de visita a Covas do Douro, no Cima Corgo, ficou apaixonado pelo Douro.
Pesinho foi o pedaço de território do Douro, com vista para o rio, escolhido para traçar o projeto, que engloba enoturismo com alojamento: as Casas do Pesinho, três unidades, tipologia T 2, com conclusão prevista dentro de dois anos – e os vinhos Ideia.
Um trabalho em busca da excelência, meticuloso e de grande precisão, protagonizado pelo enólogo Pedro Sequeira e por Luís Lopes na viticultura, tem resultado em vinhos distintos, de qualidade, produzidos com uvas de vinhas com quatro décadas de idade em média, de uma parcela com as castas Touriga Franca, Tinta Roriz e Touriga Nacional.
No Culto ao Bacalhau uma ode aos vinhos casas do Pesinho
No Culto ao Bacalhau, no portuense mercado do Bolhão, os vinhos Casas do Pesinho justificaram atributos nas harmonizações com as soberbas criações do chefe Rui Martins, estudioso e entusiasta da história do bacalhau e do protagonismo do gadídeo na gastronomia portuguesa.
Referência e topo na restauração portuense, o Culto ao Bacalhau apresenta um conceito temático de nível elevado num espaço onde também pontifica a excelência do serviço.
Início retumbante com uma trilogia: o sublime laminado de bacalhau fumado com alcaparras; o já icónico bolinho de bacalhau com salada de feijão-frade e a tradicional frigideira de bacalhau com grão.
Para acompanhar, o Ideia 2019, a terceira colheita Casas do Pesinho, esteve à altura, revelando taninos bem presentes.
Com estágio de 18 a 24 meses em inox e barricas de carvalho francês usadas de 500 litros, o Ideia 2018, um vinho equilibrado e com mais frescura, foi ideal para acompanhar a açorda de bacalhau no pão, fabricado com três tipos de farinha de trigo. Um hino aos sabores tradicionais, que expressa de modo inequívoco o carinho do chefe pela cozinha portuguesa,
O bacalhau, proveniente da Islândia, com 18 meses de sal, é trabalhado com esmero neste verdadeiro templo do outrora apelidado ‘fiel amigo’.
A alternativa ao domínio do bacalhau - arroz de costela mendinha no forno a lenha – teve harmonização a cargo do Ideia 2016, o primeiro tinto produzido, engarrafado em 2018 e apenas lançado no mercado – 1 000 garrafas – em 2019. Um vinho complexo, mas bastante equilibrado, que dá prazer e com excelente aptidão gastronómica.
Para finalizar, tartelete de chocolate e bacalhau, acompanhada com um Culto Porto 20 anos, vertido de uma imponente garrafa de seis litros de um tawny ideal para concluir refeição de grande nível com harmonização vínica à altura.
Ideia bem conseguida, com a qualidade dos vinhos Casa do Pesinho e as criações, tão irreverentes, quanto perfecionistas, do chefe Rui Martins, neste restaurante onde o gadídeo é venerado com devoção. O nome é bem explícito: Culto ao Bacalhau.
