Um mês e meio antes do previsto, está inaugurado o hotel Vila Galé na cidade-fortaleza de Elvas, que cria 16 postos de trabalho. Resulta de um longo trabalho de recuperação de edifícios que nos últimos cinco séculos fizeram parte da história do país, como o Conselho de Guerra, no tempo da Restauração da Independência
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Além da criação de quase duas dezenas de empregos, a nova unidade hoteleira do grupo Vila Galé tem 44 quartos, uma piscina panorâmica e um salão de eventos. Foi inaugurada no último sábado, representando um investimento que ronda os seis milhões de euros. Abriu quase dois meses antes do previsto, uma vez que o prazo inicial apontava para 1 de abril de 2025.
O projeto incluiu a reabilitação das casas da antiga Fábrica da Ameixa e os ex-edifícios do Aljube Eclesiástico e do Conselho de Guerra, edifícios históricos que datam do século XVII. Batizou-o Casa D'Elvas Historic Hotel, nascido de uma proposta da própria autarquia sobre a qual assumiu a sua concessão em 2020.
O edifício albergou diferentes atividades ao longo dos séculos, até serviu de prisão episcopal e no século XX foi também sede da Cooperativa Militar, estação dos Correios e Telégrafos.
O grupo hoteleiro que reparte a atividade entre Portugal, Brasil, Espanha e Cuba abriu assim a 7.ª unidade no Alentejo, onde possui também naquela cidade raiana o Vila Galé Collection Elvas, que resultou da reconversão do antigo Convento de São Paulo.
Além de Elvas, este grupo hoteleiro tem outros projetos em curso, com abertura prevista ainda para este ano.
É o caso do Vila Galé Collection Ponte de Lima Vineyards Historic Country Resort Hotel, Conference & Spa, em Viana do Castelo, perto de Ponte de Lima. A abertura será em abril de 2025, indo requalificar o Paço do Curutelo, investindo num projeto de enoturismo e produção de vinhos verdes.
O investimento de 20 milhões de euros resulta num hotel com 69 quartos, piscinas exteriores para adultos e crianças, salão de eventos, bar, dois restaurantes, biblioteca e um espaço museológico dedicado à história do local, além de adega e vinhas.
No interior centro do país, o grupo Vila Galé adquiriu o antigo hospital de Penacova, desativado desde a década de 1980, onde foi inaugurado, em 2002, o hotel O Palacete do Mondego, que encerrou em 2010. O edifício vai agora ser transformado numa unidade de quatro estrelas, tornando-se um dos maiores investimentos privados no município nos últimos anos, com um impacto significativo na economia local e no estímulo a novos negócios.
Nas terras que inspiraram a Fanga de Alves Redol, a empresa está a investir na Quinta da Cardiga, na Golegã, para criar o Vila Galé Collection Tejo – Country Resort Hotel Convention, Spa & Equestrian Sports, uma vez que é um espaço classificado como imóvel de interesse público desde 1952 e para esta propriedade histórica, com séculos de legado, a valorização passará por duas fases de desenvolvimento. A primeira vai contemplar a recuperação do núcleo principal da quinta, incluindo o palácio, o lagar e o celeiro, que contará com 71 quartos. Já a segunda fase vai focar-se na reabilitação do conjunto de edifícios desativados e em ruínas a norte da Quinta da Cardiga, onde serão criados mais 45 quartos e um amplo salão de eventos.
Este projeto vai ter como temática a história das Ordens dos Templários e de Cristo e será uma unidade de quatro estrelas, estimando criar 40 postos de trabalho, durante a primeira fase da operação.
Já em Miranda do Douro, vai ser construído o Hotel Vila Galé – Mirandum, com quatro estrelas, 100 quartos, restaurante, ginásio, piscina interior e exterior, spa, solário, sala de massagens, parque aquático, parque infantil, campo de padel, recinto polidesportivo, sala de reuniões, centro de congressos e outros espaços de lazer. Um empreendimento turístico que vai ocupar um terreno com uma área aproximada de 41 mil metros quadrados, localizado nas imediações da barragem, em pleno Parque Natural do Douro Internacional.
Também nos planos para este ano está o início da construção da unidade do Paço Real de Caxias, Oeiras, que vai contar com mais de uma centena de quartos e uma área de convenções de grandes dimensões.
O edifício, construído em meados do século XVII, por iniciativa do Infante D. Francisco de Bragança, só foi posteriormente concluído pelo rei D. Pedro V, que o utilizou como residência de férias da família real. Inicialmente incluía a quinta, os jardins geométricos de influência francesa, inspirados nos jardins do Palácio de Versalhes, e a cascata da segunda metade do século XVIII.
No Brasil, tem previsto o Vila Galé Collection Ouro Preto - Historic Family Resort Hotel, Conference & Spa, em Cachoeira do Campo, em Minas Gerais, onde está a recuperar o espaço histórico onde funcionou o primeiro regimento de cavalaria de Portugal no Brasil (em 1775). Posteriormente, irá requalificar também o Colégio Salesiano Dom Bosco.
O investimento de 120 milhões de reais desta futura unidade, cuja conclusão está prevista para maio de 2025, terá 312 quartos, os restaurantes Massa Fina, Versátil e Inevitável, um bar, cinco piscinas aquecidas, sendo uma no interior do Satsanga Spa & Wellness, duas externas para adultos e duas para crianças no clube infantil NEP, sete salas de convenções, um auditório, uma capela, uma biblioteca, uma sala de jogos, uma horta pedagógica, um lago com tirolesa, além de áreas de plantação de vinha e olival.
Pouco antes da COP30, em novembro, conta ter pronto o Vila Galé Collection Amazónia, em Belém do Pará, que pretende ser um hotel boutique, localizado em três antigos armazéns do Porto Futuro II.
Aí o investimento rondará os 120 milhões de reais, para erguer um empreendimento que vai contar com 206 apartamentos e oferecer uma infraestrutura que inclui restaurante, bar, spa com piscina aquecida e coberta, e três piscinas externas.
Recentemente, o administrador do grupo Gonçalo Rebelo de Almeida disse à TSF que este novo hotel deve iniciar a operação a tempo de atender à procura hoteleira, prevista para a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30).
Outros projetos estão previstos para o nordeste brasileiro. A começar pelas duas unidades novas no estado do Maranhão, que incluirá um Vila Galé Collection no centro histórico de São Luís, capital do estado e serão hotéis com 67 e 45 apartamentos, respetivamente.
Já junto à costa nordestina, quer construir junto à praia, o Vila Galé Coruripe Alagoas – Resort Hotel, Beach & Spa, com 144 quartos, cinco restaurantes, centro de convenções e spa, e integrar no mesmo terreno o Vila Galé Nep Kids, o primeiro hotel no Brasil dedicado a hóspedes de palmo e meio, a partir do conceito do que já tem na região de Beja, unidades concebidas para receber crianças, com piscina infantil, slide, trampolins, parque, entre outras atrações e atividades a pensar nos mais pequenos.
No total, são mais de 9800 quartos, mais de 24 mil camas e cerca de 4500 colaboradores de um grupo considerado o segundo maior do ramo hoteleiro em Portugal, com mais de três décadas de existência e conta com 45 unidades de hotelaria, 32 em território português, desde o Algarve a Elvas, Évora, Beja, Oeiras, Estoril Cascais, Sintra, Ericeira, Lisboa, Coimbra, Porto, Braga, Madeira e Açores, outros 11 no Brasil, nas regiões de Alagoas, Rio de Janeiro, Fortaleza, Caucaia, Salvador, Guarajuba, Pernambuco, Touros, Angra dos Reis e São Paulo, ainda uma sob gestão em Cuba e outra em Espanha, em Huelva.
