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O restaurante Cafeína é farol e luzeiro da restauração do Porto desde que abriu portas, há quase 30 anos. Nessa altura, só muito raramente os portuenses saíam à rua para jantar, foi o impulso dado por Vasco Mourão que deu início à “movida” que nunca mais abandonou a Invicta. O ambiente é de brasserie de luxo e o serviço é sofisticado.
Facilmente ficamos clientes assíduos desta casa, e é nela que pensamos em primeiro lugar quando se trata de uma celebração especial. Camilo Jaña pontifica na cozinha. Claro que começamos por ostras de Aveiro ao natural ou então pelo maravilhoso salmão fumado “fait maison”, está muito acima mesmo do melhor salmão fumado de compra. Desde que me lembro de visitar o Cafeína, que se serve uma fantástica sopa de peixe e marisco. Cremosa, saborosa e francamente oportuna enquanto etapa inicial de uma refeição - almoço ou jantar - que por instinto e pelo bem que aqui nos sentimos vamos querer que seja longa. Absolutamente recomendáveis são as vieiras coradas, aqui servidas com magret de pato fumado e um puré de chalotas do outro mundo. Nos pratos de peixe não hesito em recomendar o bacalhau confitado com gratinado de legumes, é uma autêntica epifania e dá prazer perceber a nobreza que o fiel amigo é tratado.
Genial também é o filete de robalo com arroz de bivalves e algas. Evocação marítima de grande fôlego, equilíbrio perfeito entre os componentes, e ligações imprevistas mas de grande efeito. Na mesa do Cafeína aprende-se muito. Este breve mergulho no mar nunca mais sai da memória, e nas carnes também temos boa companhia. Os bifes foram sempre opção segura e variada, e atrevo-me a sugerir o bife Wellington que aqui se prepara. É proverbial vir envolvido em massa folhada, e acompanhado com duxelles - ou picadinho - de cogumelos. O acompanhamento de um escalope de foie gras e a assessoria de legumes também faz parte da prescrição standard e no Cafeína a máxima é cumprida à risca. É um tratado.
Chegados às sobremesas, temos muitos caminhos possíveis, e recomendo um de dois. A genial rabanada caramelizada com maçã bravo de Esmolfe e gelado de canela, ou a torta de cenoura com crème fraiche e crumble de nozes. Longa vida ao Cafeína!