Corpo do artigo
O restaurante Jockey, no Hipódromo do Campo Grande, é um hino à natureza e à alegria de viver. Rafael Afonso leva décadas de satisfação ao cliente e trata de que todos saiam sempre satisfeitos das suas mesas bonitas. Dentro ou fora, escolha não falta para uma refeição em cheio.
Como começamos? Com umas belas ameijoas à Bulhão Pato, por exemplo. Feitas segundo a receita ancestral, que se baseia no delicioso suado dos bivalves, aprimorado depois pelo alho laminado e coentros picadinhos. O toque final é do limão e cumpre-se a mais vezeira alquimia culinária da mesa portuguesa. As gambinhas ao alhinho também são satisfação e prazer garantidos, fritura exemplar e temperos excelentes. Há bom requeijão de Seia com doce de abóbora, que nesta altura do ano funciona também como refresco eficaz inicial. Gosto sempre dos cogumelos salteados à chefe, funcionam muito bem ao lado de um bom vinho branco, dos muitos que figuram na excelente garrafeira da casa.
Nos pratos de peixe, esperam-nos delícias diversas. Sou fã da massada de garoupa com gambas, dá para duas pessoas e é primorosa em termos de temperos. O polvo à lagareiro é servido com azeite muito bom e batatas assadas e é sempre ótima escolha. O robalo ao sal é de gabarito e dá sempre para partilhar, criando espaço para um prato de carne. O bacalhau à Narcisa, também chamado à moda de Braga, é um dos melhores da cidade. Batatas fritas às rodelas, posta frita e cebolada copiosa encantam o amante do fiel amigo a ponto de ficar viciado. É o meu caso, confesso. Também gosto muito da cataplana de bacalhau com mariscos, riquíssima de sabores e cozeduras, todas no ponto ótimo de rendimento.
Nos pratos de carne, à sexta faz-se um delicioso e fundamental naco do lombo à Wellington. Como o nome sugere, é envolvido em massa folhada e recheado com picadinho de cogumelos. Todo um tratado, que dificilmente dispenso. Gosto muito do bife da vazia à portuguesa que a cozinha prepara, se não fosse a tentação do Wellington seria o meu bife favorito aqui no Jockey. O magret de pato é feito de forma exemplar, a carne mal passada no interior e bem caramelizada por fora, com um molho fantástico. Sou fã da carne de porco ibérico na cataplana com amêijoas, é deliciosa.
Nas terminações doces, aconselho vivamente a tarte de limão merengada. A trouxa de ovos é sempre a doce recompensa que todos merecemos. E o leite-creme feito à moda antiga coloca-nos um sorriso na boca. Que só acontece a quem sai muito satisfeito.